O presidente Jair Bolsonaro recebeu, nesta quarta-feira (18), o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) no Palácio da Alvorada, no dia em que o filho 01 foi alvo de uma operação do Ministério Público do Rio. Ao longo da quarta-feira, o presidente evitou a imprensa.
Flávio chegou ao Alvorada por volta das 17h30 em seu carro oficial do Senado, de placa número 17. Vinte minutos depois, o pai chegou à residência oficial vindo do Palácio do Planalto, onde havia participado de uma cerimônia.
O advogado da família, Frederic Wassef, chegou ao Alvorada por volta das 19h45. O trio permaneceu reunido até cerca de 21h20. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho 03 do presidente, também estava no Alvorada. O encontro não constava na agenda pública do presidente.
Bolsonaro já havia dito ao longo da semana passada que viriam acusações contra familiares. Ele não detalhou.
Flávio, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz e outros ex-assessores do senador estão entre os 24 alvos da operação que apura uma suposta lavagem de dinheiro no esquema conhecido como "rachadinha", que consiste em coagir funcionários de um gabinete a devolver parte dos salários para um parlamentar.
No caso investigado pelo MP-RJ, a operação remonta ao período em que Flávio foi deputado estadual no Rio, entre 2007 e 2018.
Ex-mulher de Bolsonaro e mãe de seu filho Jair Renan, Ana Cristina Siqueira Valle também foi alvo da operação.
O MP-RJ ainda fez buscas em uma loja de chocolates de propriedade de Flávio no Rio e informou que um policial militar pagou um boleto bancário de R$ 16.564,81 em nome da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Nantes Bolsonaro.
Em nota, Wassef disse ter recebido a informação sobre as novas diligências "com surpresa, mas com total tranquilidade".
“Confirmo que a empresa do meu cliente foi invadida, mas garanto que não irão encontrar nada que o comprometa. O que sabemos até o momento, pela imprensa, é que a operação pode ter extrapolado os limites da cautelar, alcançando pessoas e objetos que não estão ligados ao caso”, afirmou o advogado.
Já a defesa de Queiroz afirma que a medida é "absolutamente desnecessária, uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos a respeito dos fatos".
“Ademais, surpreende que mesmo o MP reconhecendo que o juízo de primeira instância seria incompetente para processar e julgar qualquer pedido relacionado ao ex-deputado o tenha feito e obtido a referida decisão, repita-se, de forma absolutamente desnecessária”, completa a nota.