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Foguetes atingem base usada pelos EUA no Iraque

Pelo menos quatro soldados iraquianos ficaram feridos; ataque semelhante matou empreiteiro americano em dezembro, dando origem à crise
Caça americano na base militar iraquiana usada pelos EUA em Balad, em 2015 Foto: Thaier Al-Sudani / REUTERS
Caça americano na base militar iraquiana usada pelos EUA em Balad, em 2015 Foto: Thaier Al-Sudani / REUTERS

BAGDÁ — Oito foguetes atingiram neste domingo uma base aérea iraquiana que abriga soldados americanos no Norte de Bagdá . Pelo menos quatro soldados iraquianos ficaram feridos, segundo o Exército, mas nenhum soldado dos EUA foi atingido.

Quase todos os militares americanos já deixaram a base em Balad após o aumento das tensões entre os Estados Unidos e o Irã .

— Não há mais de 15 soldados americanos e um avião em Balad — disse uma fonte militar iraquiana.

Desde o final de outubro, dezenas de foguetes foram lançados contra bases iraquianas usadas pelos soldados americanos. Em um desses ataques, um funcionário terceirizado americano morreu em 27 de dezembro, e Washington acusou facções iraquianas xiitas pró-Irã. Em retaliação, em 29 de dezembro, os Estados Unidos bombardearam bases  na fronteira com a Síria e mataram 25 combatentes das Forças de Mobililização  Popular (FMP) uma coalizão de paramilitares pró-Irã que faz parte do Exército iraquiano.

Após esse movimento, a escalada atingiu um nível sem precedentes, quando o presidente dos EUA, Donald Trump , ordenou o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani num ataque com drone perto do aeroporto de Bagdá em 3 de janeiro. Soleimani era o comandante das Forças Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária iraniana que coordena ações de milícias pró-Irã em países como Síria e Iraque. Na operação também foi morto o número dois das FMP, Abu Mehdi al Muhandis. O Irã respondeu em 8 de janeiro disparando 22 mísseis contra as bases iraquianas de Ain al Asad e Irbil, que abrigam tropas americanas, sem causar vítimas.

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Desde então, os foguetes contra alvos americanos —  incluindo a embaixada, localizada na Zona Verde de Bagdá —   foram retomados quase diariamente.

No nível político, o Parlamento iraquiano votou a favor da expulsão de tropas estrangeiras do país, mas os Estados Unidos rechaçaram o pedido para que enviassem uma delegação ao Iraque com o objetivo de formular um mecanismo para a saída de cerca de 5.200 soldados americanos .