BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feria que um aditivo feito em seu governo em uma auditoria no BNDES foi "errado" e que "parece que alguém quis raspar o tacho".
Bolsonaro disse que o último aditivo seria de R$ 2 milhões, ressaltando que não tinha certeza do valor. Na realidade, foram cerca de US$ 3,1 milhões.
— Informações que eu tenho até o momento. Essa auditoria começou no governo Temer, e tiveram dois aditivos. O último aditivo, parece, não tenho certeza, seria na ordem de R$ 2 milhões. Chegou a 48 (milhões de reais) no final. Está errado, está errado — disse Bolsonaro, ao chegar ao Palácio da Alvorada.
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A auditoria, feita pelo escritório americano consultoria Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, tinha como objetivo investigar operações do banco com o grupo J&F, controlador da JBS. Ao fim de quase dois anos de investigação, no entanto, não foram encontradas evidências de irregularidade.
Segundo ata do Conselho de Administração do BNDES, quando o contrato foi acertado, em 2018, no governo de Michel Temer, o valor era de US$ 6 milhões. Em novembro de 2018, o valor do contrato foi reajustado, totalizando US$ 7,3 milhões.
Em julho de 2019, já na gestão do atual presidente do BNDES, Gustavo Montezano, um novo aumento foi aprovado pelo conselho, com um aditivo de US$ 3.182.371. No fim, a investigação, sozinha, custou R$ 48 milhões, equivalente a cerca de US$ 11 milhões.
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Segundo, há o indicativo de que alguém quis "raspar o tacho". Ele classificou Gustavo Montezano como "bem intencionado", mas disse que não irá "passar a mão na cabeça de ninguém":
— O garoto, lá...Chamo garoto porque, por coincidência, eu conheço desde pequeno o presidente do BNDES. É um jovem, bem intencionado. Ele que passou as informações disso que eu falei agora, sobre os aditivos. A ordem é não passar a mão na cabeça de ninguém. Expõe logo o negócio e resolve.
O TCU deu 20 dias para o BNDES prestar esclarecimentos sobre a auditoria. Nesta segunda-feira, a cúpula do banco passou o dia em Brasília , em reuniões no TCU e no Ministério da Economia, para dar explicações.