Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio


Carnaval 2020: o que muda no regulamento do Rio?

Carnaval 2020: o que muda no regulamento do Rio?

Com o corte total da subvenção da prefeitura – a do estado já não existe desde 2015 –, o jeito é apertar os cintos. No caso das escolas de samba do Grupo Especial, a solução foi reduzir tempo de desfile, o número de carros alegóricos e até o volume de componentes, como está registrado no regulamento para o carnaval de 2020.

Para não perder o brilho do espetáculo, nas novas regras elaboradas pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) está prevista a redução de cinco minutos no tempo mínimo e no tempo máximo de desfile. Agora, cada agremiação deve cruzar a Avenida em uma hora, no mínimo, e 70 minutos, no máximo.

Isso também vai dar mais dinâmica ao espetáculo, que este ano começa às 21h30.

Também houve redução no número mínimo de alegorias que as escolas podem levar para a Sapucaí: de cinco para quatro. O número máximo – seis – foi mantido, assim com a possibilidade de apresentar até três tripés, um elemento alegórico na comissão de frente e o acoplamento de apenas um carro.

Pelo regulamento de 2020, escolas podem ter um carro acoplado, como a alegoria da Unidos de Vila Isabel no desfile de 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo

O que muda no carnaval de 2020

  • Desfiles de domingo e segunda-feira passam a começar às 21h30
  • Número mínimo de baianas baixa de 70 para 60
  • Número mínimo de alegorias passa de cinco para quatro
  • Número de cabines de jurados reduz de quatro para três
  • Tempo mínimo de desfile passa de 65 minutos para 60 minutos
  • Tempo máximo de desfile passa de 75 minutos para 70 minutos
  • Distribuição de verba da transmissão de TV para 2021 vai depender de colocação no desfile
  • Na frente da escola serão permitidas apenas 30 pessoas com camisetas
  • No fim da escola só poderão desfilar cem pessoas com camisetas

O que será mantido no carnaval de 2020

  • Número máximo de alegorias continua sendo de seis
  • Será permitido somente um carro acoplado
  • Escolas podem ter até três tripés
  • Escolas podem ter um elemento alegórico na comissão de frente

Ala das baianas da União da Ilha, no desfile deste ano; nova regra reduz para 60 o número mínimo de componentes na ala para carnaval de 2020 — Foto: Rodrigo Gorosito/G1

Mais dinamismo

Embora cada escola continue com autonomia para decidir seu número de componentes, o novo regulamento prevê a possibilidade de redução na tradicional ala das baianas.

Se antes as agremiações tinham de apresentar no mínimo 70 mulheres, agora a obrigatoriedade é de levar para a Sapucaí 60 baianas, no mínimo.

A Liesa diz que essas reduções não vão causar prejuízo para as agremiações. Ao contrário, diz que o desfile ficará mais dinâmico, uma vez que haverá diminuição também no número de cabines de jurados. Ou seja, de quatro para três.

Com isso, as escolas vão parar menos para a exibição de comissão de frente, de mestre-sala e porta bandeira e até de bateria para os julgadores.

Outra mudança para agilizar o desfile diz respeito às pessoas que desfilam com camiseta à frente ou atrás da escola. Só serão permitidas 30 pessoas com camisetas à frente da escola, antes da comissão de frente. E no final da escola, o número de convidados e simpatizantes será limitado a cem pessoas com camisetas.

O novo regulamento prevê ainda uma nova distribuição da verba relativa à transmissão do desfile pela TV. Em vez de divisão igualitária, em 2021 cada agremiação vai receber valor correspondente à classificação ao carnaval de 2020.

Até 2010, as escolas do Grupo Especial tinham tempo mínimo de desfile de 65 minutos e máximo, de 82 minutos. Podiam levar de cinco a oito alegorias para a Avenida e tinham de ter obrigatoriamente, no mínimo, cem baianas agrupadas na ala.

Crises e reduções desde 2015

As escolas do Grupo Especial do Rio começaram a sentir mais fortemente a crise no bolso a partir do carnaval de 2015. Naquele ano, o então governador Luiz Fernando Pezão anunciou o corte de R$ 6 milhões da subvenção que o governo do estado concedia às escolas.

Até o carnaval de 2017, a Prefeitura do Rio manteve o apoio financeiro de R$ 24 milhões -- sendo 80% do montante destinado às escolas do Grupo Especial. O valor investido foi o mesmo do ano anterior, apesar da crise financeira que se abatia sobre a administração da cidade.

Os cortes na subvenção municipal se intensificaram no carnaval seguinte: os R$ 2 milhões que cada escola tinha recebido em 2017 baixaram para R$ 1,5 milhão. Em 2018, sem patrocínio, foram suspensos até os ensaios técnicos abertos ao público, no Sambódromo.

Em 2019, novo corte reduziu a subvenção a R$ 500 mil para cada agremiação do Grupo Especial. A Liesa conseguiu um patrocínio que garantiu o retorno dos ensaios técnicos na Sapucaí.

Para 2020, a prefeitura já informou que não haverá subvenção para o carnaval.

Liesa reduz número de baianas, alegorias e tempo total do desfile

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