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Política Bolsonaro

Com mais generais no Planalto, Olavo de Carvalho diz que militares 'vivem encostadinhos'

Após mudanças de Bolsonaro e ala ideológica em baixa, escritor afirma que orienta alunos a largar funcionalismo público
O escritor Olavo de Carvalho Foto: Reprodução/Youtube
O escritor Olavo de Carvalho Foto: Reprodução/Youtube

BRASÍLIA — O escritor Olavo de Carvalho disse que não vê problema no fato de, com a indicação do general Braga Netto para a Casa Civil, haver mais um ministro militar no governo Bolsonaro. Inclusive, acha bom, já que militares ficam "encostadinhos no canto deles" no Brasil.

— Se você pega um cara do Exército e põe num cargo qualquer, ele não está exercendo uma função militar. Aqui nos Estados Unidos, todos os presidentes e todos os ministros têm carreira militar (exceto Clinton e Obama) — afirmou, acrescentando: — Eu fico feliz com a participação do Exército na vida política e social porque o Exército brasileiro, ao contrário do americano, não tem presença na sociedade. Eles vivem encostadinhos no canto deles e viram pessoas tímidas. Agora os militares estão presentes, estão participando da vida social. Acho ótimo, tem que colocar mais militar, encher de militar.

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As mudanças recentes no Palácio do Planalto envolveram também a retirada das atribuições sobre política internacional do assessor Filipe Martins, um dos nomes mais fortes do "olavismo" no governo.

Sobre isso, Olavo diz que não faz juízo de valor e recomenda que seus alunos vão estudar e não dependam de cargos ou empregos públicos.

— Você acha que eu fico dando instrução pro pessoal que está lá no governo? A única instrução que eu dei para os meus alunos é que saíssem. Fossem para casa estudar, largassem dessa merda de ser funcionário público.

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Olavo diz que o único conselho que deu foi para o deputado federal Eduardo Bolsonaro, para que não fosse embaixador, e que acha que ele ouviu, já que desistiu de tentar o posto:

— Eu disse esqueça isso, você tem o que fazer no Congresso, vai ajudar seu pai no Congresso, você foi eleito pra isso. Os brasileiros votaram em você pra você estar lá no Congresso, não pra ser embaixador.

Para ele, o primeiro ano de governo Bolsonaro foi "maravilhoso", com redução da criminalidade e a economia indo bem e que o Bolsonaro pode ter "todos os defeitos do mundo", mas ainda é "mil vezes melhor" do que o PT.

Sobre o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não opinou:

— Você acha que eu entendo alguma coisa de Ministério da Educação? Eu não entendo bosta nenhuma. O presidente me chamou para ser ministro da Educação e eu disse que para isso eu precisaria ao menos estudar o organograma do ministério, eu nunca vi o que tem lá dentro.

Ele disse que o convite foi feito antes da posse do presidente e que também foi sondado para ser ministro da Cultura, e recusou.