Por G1


Novo coronavírus impacta mercado e dólar chega a R$ 4,65

Novo coronavírus impacta mercado e dólar chega a R$ 4,65

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em forte queda nesta quinta-feira (5), acompanhando o clima negativo nos mercados externos, em meio à volatilidade gerada pelas incertezas sobre o efeito do surto de coronavírus na atividade econômica global.

O Ibovespa recuou 4,65%, a 102.233 pontos. Veja mais cotações. Na mínima da sessão, índice chegou a 100.536 pontos. Na máxima, marcou 107.216 pontos.

Na Europa, os indicadores interromperam três dias de ganhos nesta quinta-feira, quando as preocupações com a escala de danos econômicos causados pelo surto de coronavírus superaram o otimismo em relação ao suporte de estímulos monetários.

Já nos Estados Unidos, os principais índices tiveram queda de mais de 3%, com o aumento das mortes por coronavírus forçando a Califórnia a declarar estado de emergência, enquanto a demanda fraca por viagens prejudicava as ações das companhias aéreas.

Na parcial da semana, o Ibovespa acumula queda de 1,86%. Em 2020, o recuo é de 11,6%.

O dólar também teve um dia de tensão: a moeda encerrou os negócios vendida a R$ 4,65, na maior cotação nominal (sem considerar a inflação) de fechamento da história, engatando o 12º dia seguido de valorização frente ao real

Agentes financeiros também têm monitorado a disparada do dólar frente ao real, com a cotação superando 4,65 reais nesta sessão, em meio a apostas de novos cortes da Selic na esteira de expectativas de menor crescimento da economia.

"Esperamos agora que o BC anuncie um corte de 0,5 ponto percentual em março, seguido por outro (de) 0,25 ponto, trazendo a Selic para a nova mínima recorde de 3,5% até o fim do ano", afirmou o Bank of America em nota.

Maiores quedas

As empresas aéreas registraram fortes perdas: Gol caiu 16,77%, enquanto Azul recuou 14,53%. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) informou que o setor de transporte aéreo de passageiros pode sofrer perdas bilionárias este ano relacionadas à epidemia do novo coronavírus: entidade estima que as perdas globais de receitas devem ficar entre US$ 63 bilhões e US$ 113 bilhões.

IRB Brasil também teve mais um dia de tombo, com queda de 16,17%, mesmo após troca de comando da resseguradora, bem como promessa de encerramento de programa de bônus por valorização da ação a executivos e sinalização de revisão nas metas para 2020. As mudanças vêm em meio a uma crise de confiança na companhia, que culminou na queda de 32% das ações no fechamento da véspera.

Na terça, a bolsa encerrou o dia em alta de 1,60%, a 107.224 pontos. Veja mais cotações.

Corte nas expectativas

Na noite de quarta-feira, XP Investimentos cortou previsão para o Ibovespa para o final 2020 de 140.000 para 132.000 pontos, citando perspectiva de menor crescimento no Brasil e aumento da incerteza do cenário externo, mas manteve a previsão de 140.000 para o final de 2021.

"Vemos impactos negativos no curto prazo para a bolsa brasileira, tanto em potencial impacto nos lucros quanto no múltiplo de avaliação (Preço/Lucro)", afirmou o estrategista-chefe, Fernando Ferreira, em relatório enviado a clientes, segundo a Reuters.

A revisão vem depois de ajustes de projeções de indicadores econômicos pela área econômica da XP, "após a clara deterioração recente no cenário externo, por conta do alastramento do coronavírus pelo mundo, e seus impactos nas cadeias de produção, movimentação de pessoas e retração da demanda".

A equipe econômica da XP, liderada por Marcos Ross, revisou estimativas de crescimento do PIB para 1,8% em 2020 (de 2,3%), e de 2,3% para 2,5% em 2021, "devido ao efeito rebote de crescimento no próximo ano mais forte".

Variação do Ibovespa em 2020 — Foto: Economia G1

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