Adriano Machado/Crusoé

Aliados avaliam que Maia ‘passou do ponto’ e o aconselham a moderar discurso

22.04.20 16:57

Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), aconselharam-no a baixar o tom em relação ao governo federal nos próximos dias, principalmente ao se referir à equipe econômica.

O próprio grupo de Maia admite que ele “passou do ponto” nas últimas semanas, ao comprar uma briga com o Executivo em relação ao projeto de compensação a estados e municípios por perdas tributárias durante a pandemia.

Parlamentares e outros atores do meio político de Brasília lembraram ao presidente da Câmara que a proposta trata de um assunto federativo e, por isso, o protagonismo caberia ao Senado.

Segundo pessoas próximas ao presidente da Câmara, Maia sentiu o “baque” em razão dos ataques desferidos pelo presidente Jair Bolsonaro. Não só pela temperatura das redes sociais, mas pelas críticas que sofreu do mercado financeiro, que sempre o apoiou.

“Quando o Rodrigo brigava só com o Planalto, todo mundo achava que era do jogo. Quando começou a brigar com a equipe econômica, aí o negócio mudou de patamar”, diz um deputado próximo de Maia.

Segundo aliados, o presidente da Câmara “refletiu muito” nos últimos dias sobre sua postura e já demonstra estar disposto a fazer gestos de conciliação em relação ao governo.

Nesta quarta-feira, 22, por exemplo, Maia pautou a medida provisória do governo que reestrutura a Embratur. O texto também isenta hotéis do pagamento de direitos autorais por músicas executadas em seus estabelecimentos.

Os novos sinais de Maia vêm após o governo intensificar a articulação para isolá-lo politicamente. Uma das estratégias do Planalto tem sido negociar cargos em troca de apoio parlamentar diretamente com os presidentes de siglas do Centrão.

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