Política

'Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF', disse Weintraub em reunião

No vídeo, Weintraub também diz odiar os termos 'povo indígena' e 'povo cigano'
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, na reunião ministerial do dia 22 de abril Foto: Marcos Correa / Divulgação
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, na reunião ministerial do dia 22 de abril Foto: Marcos Correa / Divulgação

BRASÍLIA —  O ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de vagabundos e defendeu mandá-los para a prisão. A declaração, na íntegra, foi divulgada após a decisão do ministro Celso de MellO de liberar o vídeo de uma reunião ministerial na qual o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado o então ministro da Justiça Sergio Moro para trocar o comando da Polícia Federal. No vídeo, Weintraub também diz odiar os termos "povo indígena" e "povo cigano".

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— Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca — disse Weintraub.

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Em outro trecho, Weintraub diz odiar as expressões "povo indígena" e "povo cigano".

— Esse país não é ... odeio o termo 'povos indígenas', odeio esse termo. Odeio. O 'povo cigano'. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré — afirmou Weintraub.

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Em sua fala, Weintraub defende o presidente e reclama do fato de estar enfrentando processos no Comitê de Ética da Presidência da República.

—  Eu tô com um monte de processo aqui no comitê de Ética da Presidência. Eu sou o único que levou processo aqui. Isso é um absurdo o que tá acontecendo aqui no Brasil. A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar — disse Weintraub.

Na decisão de liberar o vídeo, Celso de Mello disse ter constatado "a ocorrência de aparente prática criminosa" do ministro da Educação. Celso mandou oficiar cada um dos demais ministros da Corte para que "possam, querendo, adotar as medidas que julgarem pertinentes".

Segundo o ministro do STF, trata-se de "gravíssima aleivosia". Para ele, a declaração "põe em evidência, além do seu destacado grau de incivilidade e de inaceitável grosseria, que tal afirmação configuraria possível delito contra a honra (como o crime de injúria)".