Por G1 SP — São Paulo


Doria sobre Bolsonaro: "Seja líder, se for capaz"

Doria sobre Bolsonaro: "Seja líder, se for capaz"

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na tarde desta quinta-feira (14) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está "mais interessado em atender a um pequeno grupo de empresários" do que "defender a vida de brasileiros".

"Lamento que o presidente da República, ao invés de defender vidas de brasileiros, esteja mais interessado em atender a um pequeno grupo de empresários vinculados à Fiesp. Eu gostaria que o Brasil tivesse um líder. Um líder que liderasse o combate ao coronavírus, ao invés de um presidente que se diverte com jet ski,", disse Doria durante a inauguração de um hospital em São Bernardo do Campo.

A declaração é uma resposta às críticas feitas pelo presidente ao governador durante videoconferência com empresários e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O encontro virtual discutiu a necessidade de retomada da economia em meio à pandemia do novo coronavírus, e Bolsonaro pediu que empresários joguem "pesado" com Doria contra um eventual lockdown (fechamento total) no estado.

"Um homem está decidindo o futuro de São Paulo. Está decidindo o futuro da economia do Brasil. Os senhores [empresários], com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado, jogar pesado, porque a questão é séria. É guerra", disse o presidente.

Em alusão ao comentário, Doria respondeu: "Ao invés de jogar pesado contra São Paulo, jogue a favor do Brasil. Jogue a favor dos brasileiros. Seja líder, se for capaz."

No fim da última semana, o governador de São Paulo prorrogou as medidas de isolamento social até o próximo dia 31 de maio.

No encontro, Bolsonaro disse também que, se dependesse dele, o Brasil adotaria o isolamento vertical e seguiria o exemplo da Suécia – país nórdico que já admitiu erros na estratégia de enfrentamento à Covid-19.

Segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde, até esta quinta foram registradas no Brasil 13.555 mortes provocadas pela Covid-19 e 196.375 casos confirmados da doença.

Em videoconferência com empresários, Bolsonaro diz: ‘Por mim estava tudo aberto’

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Ao longo da conversa, o presidente voltou a criticar medidas de isolamento social adotadas por governadores como forma de tentar reduzir a velocidade do contágio do novo coronavírus. Para o presidente, um “apagão total” em São Paulo é “inimaginável”.

O secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, discursou no mesmo sentido. Segundo ele, o governo federal deseja "o contrário" do que sinaliza o governo paulista.

Wajngarten pediu para que os empresários pressionem os governadores pela retomada das atividades da economia. O secretário afirmou, ainda, que a Presidência da República está do lado dos empresários.

"Então, pressionem os governadores, pressionem os governos a quem de direito. A Presidência da República está com vocês. O presidente Bolsonaro trabalha para vocês. O governo trabalha para vocês, a Presidência, aqui em Brasília. Pressionem a quem de direito, por favor. A gente é voz solitária aqui. Paulo [Skaf], lidere isso por favor", disse Wajngarten.

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