Blog do Valdo Cruz

Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos


A decisão do governo de exonerar o recém-nomeado presidente do Banco do Nordeste, Alexandre Cabral, irritou os novos aliados do presidente Jair Bolsonaro no Centrão.

Os parlamentares do bloco queriam indicar outro nome, mas Cabral foi sugerido pela equipe econômica para ser apadrinhado pelo PL.

Agora, dizem parlamentares do PL, se poderá colocar na conta do partido a indicação de um nome que não foi sugerido pela legenda e acabou derrubado em tempo recorde.

Como antecipou a colunista do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo, depois de ser aprovado na segunda-feira pela assembleia do BNB, Cabral será exonerado.

O motivo da exoneração é que Alexandre Cabral, como relatou o Blog da Cristiana Lôbo, "está cheio de problemas" segundo um auxiliar do presidente da República.

Cabral é alvo de investigação conduzida pelo Tribunal de Contas da União (TCU), sob suspeita de irregularidades no período em que comandou a Casa da Moeda. A informação foi publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

Dentro das negociações entre o Palácio do Planalto e os partidos do Centrão, o comando do BNB foi negociado com o PL, partido de Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. Para evitar nomes que pudessem ser questionados por ligações políticas, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o Ministério da Economia a conduzir as negociações do nome que seria indicado.

O presidente já havia dado declarações de que na área econômica a palavra final é do ministro da Economia, Paulo Guedes, e que não pretendia incluir nas negociações ministérios, estatais e bancos públicos.

Ex-presidente da Casa da Moeda, a sugestão do nome de Alexandre Cabral partiu de assessores do Ministério da Economia como um técnico que já havia ocupado cargos por indicações políticas. Na Casa da Moeda, por exemplo, ele foi uma indicação do PTB.

Só que o nome acabou não passando pelas checagens que costumam ser feitas pela Secretaria de Governo do Palácio do Planalto, que podem vetar a indicação. Com isso, não houve o alerta interno das investigações em curso contra Cabral no TCU, o que gerou a decisão de sua exoneração.

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