Por G1 — Brasília


Grupo lança fogos de artifício contra prédio do STF

Grupo lança fogos de artifício contra prédio do STF

Na noite deste sábado (13), cerca de 30 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro lançaram fogos de artifícios contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação durou ao menos cinco minutos. Os apoiadores de Bolsonaro ofenderam com xingamentos pesados os ministros da Corte, inclusive o presidente Dias Toffoli. Em tom de ameaça, perguntavam se os ministros tinham entendido o recado e mandaram que eles se preparassem.

Ofenderam também o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que os desalojou de um acampamento na Esplanada dos Ministérios. Esse grupo de apoiadores do presidente Bolsonaro prega o fechamento do STF e do Congresso.

Em nota (veja íntegra abaixo), o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, repudiou a conduta e classificou o episódio como um ataque ao Supremo e "a todas as instituições democraticamente constituídas".

"Financiadas ilegalmente, essas atitudes têm sido reiteradas e estimuladas por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado, apesar da tentativa de diálogo que o Supremo Tribunal Federal tenta estabelecer com todos - Poderes, instituições e sociedade civil, em prol do progresso da nação brasileira."

O ministro Alexandre de Moraes, relator de um inquérito no STF sobre disseminação de fake news e ofensas a autoridades, também repudiou agressões ao estado democrático de direito neste domingo.

"O STF jamais se curvará ante agressões covardes de verdadeiras organizações criminosas financiadas por grupos antidemocraticos que desrespeitam a Constituição Federal, a Democracia e o Estado de Direito. A lei será rigorosamente aplicada e a Justiça prevalecerá", publicou em uma rede social.

Ministro em aglomeração e sem máscara

Weintraub encontra apoiadores do governo e provoca aglomeração em Brasília

Weintraub encontra apoiadores do governo e provoca aglomeração em Brasília

Na manhã deste domingo (14), um pequeno grupo de apoiadores de Bolsonaro se reuniu em Brasília.

A concentração foi na Esplanada dos Ministérios, contrariando um decreto do governo do Distrito Federal que determinou o fechamento da esplanada a veículos e pedestres neste domingo.

Ao justificar o decreto, o governador citou "ameaças declaradas por alguns manifestantes" e a "demanda urgente" de "contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública".

A maior parte dos manifestantes neste domingo estava sem máscara de proteção contra o novo coronavírus.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, se juntou aos apoiadores do governo. Weintraub provocou aglomeração e posou para fotos. Ele também estava sem máscara.

No distrito federal, quem não usa máscara em espaços públicos pode ser multado em até R$ 2 mil e ser enquadrado no crime de infração de medida sanitária, com pena de até um ano de prisão.

Íntegra

Leia a íntegra da nota divulgada pelo presidente do STF, Dias Toffoli:

Infelizmente, na noite de sábado, o Brasil vivenciou mais um ataque ao Supremo Tribunal Federal, que também simboliza um ataque a todas as instituições democraticamente constituídas.

Financiadas ilegalmente, essas atitudes têm sido reiteradas e estimuladas por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado, apesar da tentativa de diálogo que o Supremo Tribunal Federal tenta estabelecer com todos - Poderes, instituições e sociedade civil, em prol do progresso da nação brasileira.

O Supremo jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça, seja velada, indireta ou direta e continuará cumprindo a sua missão.

Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal repudia tais condutas e se socorrerá de todos os remédios, constitucional e legalmente postos, para sua defesa, de seus Ministros e da democracia brasileira.

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