Política Eleições 2018

Pesquisa CNI/Ibope aponta Bolsonaro na frente com 17% no cenário sem Lula

Quando o ex-presidente petista não está no rol de opções, brancos e nulos alcançam 33%
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro Foto: Montagem sobre fotos de Reuters e Alexandre Cassiano
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro Foto: Montagem sobre fotos de Reuters e Alexandre Cassiano

BRASÍLIA - Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria ( CNI ) Ibope divulgada nesta quinta-feira aponta, no cenário sem o ex-presidente Lula , que o deputado Jair Bolsonaro (PSL) é o favorito, com 17% das intenções de voto. Atrás dele vem a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), com 13%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, no limite dessa margem, os dois pré-candidatos aparecem empatados, ambos com 15%.

O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) vem em seguida, com 8%. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) tem 6% das intenções de voto, e Alvaro Dias (Podemos), 3%. O petista Fernando Haddad, considerado plano B de Lula, aparece com 2%, junto com o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC). Os demais pré-candidatos apontam com 1% das intenções: Flávio Rocha (PRB), Guilherme Boulos (Psol), Henrique Meirelles (MDB), João Amoedo (Novo), Levy Fidelix (PRTB), João Goulart Filho (PPL), Manuela D'Ávila (PC do B) e Rodrigo Maia (DEM).

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REJEIÇÃO E HERANÇA

Nesse mesmo cenário, os votos brancos e nulos ultrapassam todas as opções colocadas, com 33%. Outros 8% não responderam. Embora lidere as intenções de voto na pesquisa estimulada (quando os nomes dos candidatos são apresentados ao eleitor), Bolsonaro também desponta na liderança quando é medida a rejeição. No total, 32% dos entrevistados dizem que não votariam no ex-capitão do Exército de jeito nenhum.

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Para o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, embora Bolsonaro e Marina apareçam tecnicamente empatados, é possível dizer que o deputado está na frente. Segundo ele, para que os dois estivessem de fato no mesmo patamar, teria que haver dois erros simultâneos em direções contrárias. Ele diz que outros dados também confirmam que Bolsonaro está à frente da ambientalista.

-  Se eu errar dois pontos pra cima, ela vai ter 15%  e se eu errar dois pra baixo ele vai ter 15%. Dado os parâmetros da pesquisa existe o empate, o meu erro permite isso. Mas não significa que eles estão iguais, porque não estão. Um está maior do que o outro. Olhando as outras pesquisas ele está na frente. Eu não tenho como negar isso - explica Fonseca.

Outro cenário, com o nome de Lula, foi testado. Neste, o petista lidera a pesquisa com 33% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (15%) e Marina Silva (7%). Em quarto lugares Ciro Gomes e Geraldo Alckmin aparecem empatados com 4%. Alvaro Dias tem 2% e Flávio Rocha, Collor, João Amoedo, Levy Fidelix, João Goulart Filho, Manuela D'Ávila têm 1%. Os demais não pontuaram nem 1%. Os brancos e nulos nessa simulação são 22% e outros 6% não responderam.

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Quando Lula não aparece, Marina e Ciro são os que mais "herdam" votos do petista. A primeira ganha seis pontos percentuais, sai de 7% e vai para 13%, e Ciro ganha quatro pontos e vai de 4% para 8%. A pesquisa aponta que houve um crescimento muito grande de votos brancos e nulos, se comparado ao último pleito presidencial, de 2014. Naquele ano, em junho, os brancos e nulos eram 8%. Para Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI,  esse aumento permite duas conclusões: potencial de crescimento de candidatos sobre esses eleitores, e o grau de desalento da população em relação à política. Ainda que reduzam os brancos e nulos, Fonseca diz que já é possível aferir que este ano o percentual de brancos e nulos será maior do que no pleito anterior.

- Isso significa que tem um campo muito grande para crescer dentro do branco e nulo, no horário eleitoral. Isso deve acontecer -  disse, emendando em outro momento:

- Há uma decepção muito grande com a classe política, achando que a coisa não vai resolver. A gente captou isso na pesquisa -  diz.

Dados mais completos sobre o que pensam os eleitores ainda serão divulgados posteriormente pelo CNI/Ibope.

No quesito rejeição, os campeões são: Collor e Bolsonaro, com 32%, seguidos de Lula, com 31%, Alckmin, com 22% e Ciro e Marina empatados com 18%. Rodrigo Maia tem 13% de rejeição; Haddad, 12%, e Meirelles, 11%.

A pesquisa também mediu a rejeição do presidente Michel Temer: 79% avaliam o atual governo como ruim ou péssimo e apenas 4% aprovam a sua gestão. Ele é o presidente mais mal avaliado desde 1986.

A pesquisa CNI-Ibope ouviu 2 mil pessoas em 128 municípios, entre os dias 21 a 24 de junho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02265/2018.