Por G1 — Brasília


Deputada Bia Kicis deixa a vice-liderança do governo

Deputada Bia Kicis deixa a vice-liderança do governo

O presidente Jair Bolsonaro retirou nesta quarta-feira (22) a deputada Bia Kicis (PSL-DF) da função de vice-líder do governo no Congresso Nacional. A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União".

Bia Kicis é uma das principais aliadas de Bolsonaro na Câmara e está no primeiro mandato de deputada. A mensagem no "Diário Oficial" não explica o motivo da saída.

A mudança foi feita um dia após a votação do Fundo de Desenvolvimento da Educação (Fundeb), pela Câmara. A parlamentar votou contra a renovação do fundo, enquanto Bolsonaro afirma que o governo mostrou "responsabilidade" ao, segundo ele, apoiar a proposta.

Conforme a colunista da GloboNews Natuza Nery, a saída de Bia Kicis tem relação com o resultado da votação (leia detalhes mais abaixo).

A jornalista informou ainda que a retirada de Bia Kicis atende a integrantes do chamado Centrão, bloco informal de deputados de centro-direito que atua na Câmara e se aliou ao governo. Os partidos do bloco, que integraram a base de apoio aos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, agora também integram a do governo Bolsonaro.

No início deste mês, a colunista do G1 Andréia Sadi também informou que o Palácio do Planalto decidiu trocar vice-líderes em meio ao cenário de avanço, no Supremo Tribunal Federal (STF), do chamado inquérito das fake news, que apura a disseminação de conteúdo falso na internet. Parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro são alvos do inquérito.

Ato do presidente Jair Bolsonaro publicado no 'Diário Oficial da União' — Foto: Reprodução

Fundeb

Mais cedo, nesta quarta-feira, Bolsonaro afirmou, por meio de uma rede social, que a aprovação pela Câmara da proposta de emenda à Constituição (PEC) que renova o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) indica que "o governo e o Parlamento mostraram maturidade e responsabilidade".

Depois, em uma transmissão ao vivo, o presidente afirmou: "Uma votação quase unânime, seis ou sete votaram contra e, se votaram contra, eles têm seus motivos. Só perguntar para eles por que votaram contra".

Na votação da PEC em primeiro turno, o texto foi aprovado por 499 votos a 7. Bia Kicis deu um dos votos contrários. Na votação da PEC em segundo turno, o texto foi aprovado por 492 votos a 6, e Bia Kicis também votou contra. Os votos contrários foram de parlamentares de PSL, PSC e DEM, entre os quais deputados bolsonaristas.

À colunista Natuza Nery, Bia Kicis disse que votou conforme a própria consciência.

Criado em 2007, o Fundeb tem previsão de acabar neste ano. A PEC em discussão no Congresso renova o fundo e aumenta gradualmente a participação da União, passando dos atuais 10% para 23%, em 2026.

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