Saúde Coronavírus

Governo decide reabrir fronteiras aéreas para turistas

Entrada de estrangeiros por aeroportos está proibida desde o fim de março
Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Entrada de estrangeiros voltará a ser permitida no Brasil Foto: Benoit Tessier / Reuters
Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Entrada de estrangeiros voltará a ser permitida no Brasil Foto: Benoit Tessier / Reuters

BRASÍLIA — O governo federal decidiu reabrir as fronteiras aéreas para a entrada de estrangeiros no Brasil. A medida, que tem como objetivo auxiliar na retomada do turismo, foi publicada nesta quarta-feira em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

A portaria abre o espaço aéreo, mas permanecem as restrições para trânsito terrestre ou transporte aquaviário por mais 30 dias.

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O governo decidiu determinar que o passageiro estrangeiro que estiver em visita ao país para estada de até 90 dias apresente um comprovante de aquisição de seguro de saúde válido no Brasil, e com cobertura para todo o período da viagem.

"O passageiro estrangeiro em viagem de visita ao país para estada de curta duração, de até noventa dias, deverá apresentar à empresa transportadora, antes do embarque, comprovante de aquisição de seguro saúde válido no Brasil e com cobertura para todo o período da viagem, sob pena de impedimento de entrada em território nacional pela autoridade migratória por provocação da autoridade sanitária", diz o texto.

A portaria deve prever que voos internacionais que tenham como ponto de chegada aeroportos dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins ainda seguirão proibidos.

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O documento é assinado pelos ministros da Casa Civil, Braga Netto; da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; da Saúde, Eduardo Pazuello; e Justiça, André Mendonça.

"As restrições de que trata esta portaria não impedem a entrada de estrangeiros no país por via aérea, desde que obedecidos os requisitos migratórios adequados à sua condição, inclusive o de portar visto de entrada, quando este for exigido pelo ordenamento jurídico brasileiro", diz o texto.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Eduardo de Oliveira Lula, acredita que a medida não representará problema para o país por um motivo simples: é o Brasil que tem muitos casos e, por isso, já está sendo evitado.

— Com o número de casos que a gente tem, o risco maior é o contrário, aos outros países — disse o presidente do Conass, acrescentando: — Duvido muito que alguém queira vir para cá neste momento.

A entrada de estrangeiros nos aeroportos foi proibida no final de março, devido à pandemia do novo coronavírus. A medida tinha validade inicial de 30 dias, mas foi renovada diversas vezes. A última prorrogação foi realizada no dia 30 de junho, quando também foi renovada a restrição de entrada nas fronteiras terrestres e portos.

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A restrição tinha alguma exceções, como a imigrante com residência de caráter definitivo no território brasileiro; profissionais estrangeiros em missão a serviço de organismo internacional; passageiros em trânsito internacional; e também não impedia a o ingresso e permanência da tripulação e dos funcionários de empresas aéreas no país para fins operacionais.

O alto número de casos da doença no Brasil tem despertado preocupação em outros países, que mantém o fluxo de migrantes brasileiros limitados e reforçaram a vigilância em suas fronteiras. São os casos de países da União Europeia e Estados Unidos.