BRASÍLIA - Com a saída de dois secretários especiais do Ministério da Economia , o time formado por Paulo Guedes já acumula ao menos oito baixas em cargos importantes. Veja a seguir quem decidiu desembarcar do governo desde o início da Presidência de Jair Bolsonaro.
Paulo Uebel
Insatisfeito com o atraso no envio da reforma administrativa, Paulo Uebel decidiu nesta terça-feira deixar a Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital. A pauta, que mexe nas regras do funcionalismo, era a principal agenda da pasta, mas foi adiada inúmeras vezes a pedido do presidente Jair Bolsonaro, que teme o ônus político causado por uma proposta que afeta interesses de servidores públicos.
Salim Mattar
Desgastado há meses, Salim Mattar deixou a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados sem conseguir cumprir a promessa de acelerar o processo de privatizações defendido por Paulo Guedes, que chegou a prometer se desfazer de todas as estatais. Em pouco mais de um ano no cargo, apenas algumas subsidiárias foram desestatizadas. Dono da Localiza, Mattar é empresário e se queixava frequentemente do que considerava amarras da burocracia do setor público.
Rubem Novaes
A saída de Rubem Novaes da presidência do Banco do Brasil ocorreu após queixas de Novaes sobre a pressão política em Brasília sobre o banco público. Liberal formado em Chicago, como Guedes, ele também se sentia frustrado pelo veto imposto por Bolsonaro à privatização da instituição financeira, que ele admitia ser um sonho. André Brandão, do HSBC, deve substituir Novaes.
Joaquim Levy
Ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Levy também é liberal de Chicago foi convidado por Guedes para presidir o BNDES. No entanto, só ficou no cargo até junho de 2019, após ser criticado publicamente por Bolsonaro, insatisfeito com a demora para abrir o que considerava ser a "caixa preta" do banco. Levy foi substituído por Gustavo Montezzano.
Mansueto Almeida
Nome forte das contas públicas e um dos criadores do teto de gastos, Mansueto deixou o comando do Tesouro Nacional neste ano. No governo desde a gestão de Michel Temer, o economista já havia sinalizado o desejo de ir para o setor privado, mas permaneceu na equipe por um ano e meio, sendo sucedido por Bruno Funchal.
Marcos Cintra
Integrante da equipe econômica desde o time de transição montado no Rio de Janeiro, Marcos Cintra deixou a chefia da Receita Federal após insistir na defesa de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da CPMF. Sua saída atrasou em quase um ano o início do debate sobre a reforma tributária do governo.
Mais lidas
-
Promessa de renascimento da indústria naval foi a pique e terminou na Lava-Jato
Exclusivo para assinantes -
'Grande mentiroso', 'sem moral', 'não é digno de confiança': o que Bolsonaro já disse sobre Collor
Exclusivo para assinantes