O ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Andre Borges / Bloomberg via Getty Images

Os 8 homens de Guedes que deixaram o governo

Desde o início de gestão Bolsonaro, ministro da Economia já perdeu praticamente metade da equipe original

O ministro da Economia, Paulo Guedes - Andre Borges / Bloomberg via Getty Images

por Marcello Corrêa

BRASÍLIA - Com a saída de dois secretários especiais do Ministério da Economia , o time formado por Paulo Guedes já acumula ao menos oito baixas em cargos importantes. Veja a seguir quem decidiu desembarcar do governo desde o início da Presidência de Jair Bolsonaro.

Paulo Uebel

O Secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Antonio Spencer Uebel - Alan Santos / Presidência da República

Insatisfeito com o atraso no envio da reforma administrativa, Paulo Uebel decidiu nesta terça-feira deixar a Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital. A pauta, que mexe nas regras do funcionalismo, era a principal agenda da pasta, mas foi adiada inúmeras vezes a pedido do presidente Jair Bolsonaro, que teme o ônus político causado por uma proposta que afeta interesses de servidores públicos.

Salim Mattar

O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar - Sergio Zacchi / Agência O Globo

Desgastado há meses, Salim Mattar deixou a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados sem conseguir cumprir a promessa de acelerar o processo de privatizações defendido por Paulo Guedes, que chegou a prometer se desfazer de todas as estatais. Em pouco mais de um ano no cargo, apenas algumas subsidiárias foram desestatizadas. Dono da Localiza, Mattar é empresário e se queixava frequentemente do que considerava amarras da burocracia do setor público.

Rubem Novaes

Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, está convencido de que é preciso privatizar a instituição - Claudio Belli / Valor/Agência O Globo

A saída de Rubem Novaes da presidência do Banco do Brasil ocorreu após queixas de Novaes sobre a pressão política em Brasília sobre o banco público. Liberal formado em Chicago, como Guedes, ele também se sentia frustrado pelo veto imposto por Bolsonaro à privatização da instituição financeira, que ele admitia ser um sonho. André Brandão, do HSBC, deve substituir Novaes.

Joaquim Levy

O ex-presidente do BNDES, Joaquim Levy - Jorge William / Agência O Globo

Ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Levy também é liberal de Chicago foi convidado por Guedes para presidir o BNDES. No entanto, só ficou no cargo até junho de 2019, após ser criticado publicamente por Bolsonaro, insatisfeito com a demora para abrir o que considerava ser a "caixa preta" do banco. Levy foi substituído por Gustavo Montezzano.

Mansueto Almeida

Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, participa do seminário 'E agora, Brasil?' - Fernando Lemos / Agência O Globo

Nome forte das contas públicas e um dos criadores do teto de gastos, Mansueto deixou o comando do Tesouro Nacional neste ano. No governo desde a gestão de Michel Temer, o economista já havia sinalizado o desejo de ir para o setor privado, mas permaneceu na equipe por um ano e meio, sendo sucedido por Bruno Funchal.

Marcos Cintra

O ex-secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra - Leo Pinheiro

Integrante da equipe econômica desde o time de transição montado no Rio de Janeiro, Marcos Cintra deixou a chefia da Receita Federal após insistir na defesa de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da CPMF. Sua saída atrasou em quase um ano o início do debate sobre a reforma tributária do governo.

Marcos Troyjo

O economista Marcos Troyjo, ex-secretário de Comércio Exterior - Washington Costa / Agência O Globo

Deixou a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. O economista trocou o cargo pela presidência do New Development Bank, conhecido como o "banco dos Brics".

Caio Megale

Caio Megale, que deixará o Ministério da Economia no fim de julho - Washington Costa / Ministério da Economia

Diretor na secretaria especial de Fazenda, Caio Megale deixou o governo em julho deste ano. Disse a pessoas próximas que decidiu deixar o cargo por motivos pessoais. Ele morava num hotel em Brasília e queria voltar para próximo da família, em São Paulo.