Política Brasília

Marun pediu informações sobre registros sindicais, diz alvo da PF

Chefe de gabinete de ministro afastado foi preso na Operação Registro Espúrio
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, durante entrevista coletiva Foto: Jorge William/Agência O Globo/01-06-2018
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, durante entrevista coletiva Foto: Jorge William/Agência O Globo/01-06-2018

BRASÍLIA — Em depoimento à Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira, Julio de Souza Bernardes, chefe de gabinete do ministro do Trabalho afastado Helton Yomura, afirmou que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun , pediu informações sobre o andamento de registros sindicais.

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Julio de Souza Bernardes foi preso temporariamente por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na terceira fase da Operação Registro Espúrio, que investiga fraude na concessão de registros sindicais .

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Marun também é investigado: a Polícia Federal chegou a pedir autorização para fazer busca e apreensão em endereços dele e da sua chefe de gabinete, Viviane Melo. Com parecer contrário da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o pedido foi rejeitado por Fachin.

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Bernardes disse à PF que Marun pediu as informações em maio, e que a demanda foi repassada para o então coordenador de registro sindical, Renato Araújo, preso na primeira fase da Registro Espúrio.

O chefe de gabinete afirmou ter se encontrado com o ministro cerca de quatro ou cinco vezes e que não tinha amizade com ele, mas mantinha uma relação institucional, tendo participado de reuniões para discutir "estratégias políticas".

Segundo Bernardes, ele e Marun chegaram a se encontrar por coincidência na última segunda-feira, pois ele foi assistir ao jogo do Brasil na Copa do Mundo na casa de um conhecido, junto com outras pessoas, e ao chegar viu que o ministro também estava lá.

Nesta quinta-feira, após uma cerimônia no Palácio do Planalto, Marun negou que tenha tratado de demandas relacionadas ao Ministério do Trabalho:

— Desde que assumi a Secretaria de Governo, nunce pus os pés no Ministério do Trabalho, nunca conversei com nenhum servidores do ministério a respeito de demandas de qualquer ministério — afirmou.

Nesta quinta-feira, após uma cerimônia no Palácio do Planalto, Marun leu uma nota aos jornalistas, na tarde desta quinta-feira, para dizer que não esteve no Ministério do Trabalho desde que assumiu a Secretaria de Governo. Ele admitiu, no entanto, que uma assessora de seu gabinete conversou com funcionários da pasta, que poderiam ser os acusados de fraudes e que, após agenda pública com sindicalistas do Mato Grosso do Sul, seu reduto eleitoral, sua assessoria de imprensa apenas encaminhou pleitos que lhe foram feitos.

— Desde que assumi a Secretaria de Governo, nuca pus os pés no Ministério do Trabalho, nunca conversei com nenhum servidor do ministério a respeito de demandas de qualquer ministério — afirmou o ministro, que disse que, na segunda-feira, apresentará uma queixa-crime para se opor ao que chamou de "vazamento canalha e vagabundo".