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Satélites da Nasa mostram que maioria das queimadas na Amazônia tem origem no desmatamento

Satélites da Nasa mostram que maioria das queimadas na Amazônia tem origem no desmatamento

A Nasa, a agência espacial americana, criou um novo sistema para monitorar os incêndios na Amazônia e constatou que a maioria das queimadas tem origem no desmatamento.

O novo sistema de monitoramento é o primeiro capaz de determinar com precisão a causa de cada foco de incêndio.

Os cientistas da Nasa recebem imagens da Amazônia em alta resolução enviadas por dois satélites em tempo real.

Para determinar a causa dos incêndios, os cientistas cruzam dados sobre a duração, a intensidade, a área em chamas e a quantidade de focos em cada queimada.

Analisando os incêndios deste ano, eles concluíram que 54% dos focos foram em áreas de desmatamento.

Acompanhando a progressão dos incêndios durante o período de seca, que começou em maio, é possível ver que a maioria coincide com o avanço do desmatamento. A situação é mais grave no estado do Pará, principalmente ao longo da rodovia BR-163.

O sudeste do estado do Amazonas e parte do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, também estão entre as áreas mais atingidas.

O chefe do laboratório de Ciências da Biosfera da Nasa, responsável pelo programa, Douglas Morton, explica que os incêndios de desmatamento são fáceis de detectar: “São características diferentes das outras. Por exemplo, queimando uma pilha de madeira, começa uma grande queimada, super intensa, que gera mais energia que outros tipos de queimadas na região. Também aquela pilha vai queimar pelos próximos dois, três, sete dias no mesmo lugar. É o único tipo de queimada no mundo que não anda. Fica sempre no mesmo lugar.”

A diretora do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia, Ane Alencar, diz que os incêndios espontâneos são muito raros na região.

“O fogo natural é muito raro. Então pode se dizer que 100% dos incêndios são causados pelo ser humano. O grande número de focos de fogo realmente está bem associado ao aumento da taxa de desmatamento, desde o ano passado. As pessoas simplesmente estão sentindo que podem desmatar e podem colocar fogo sem pedir licença, sem medo de serem punidos”, afirma Ane Alencar.

“Não é provável que vamos chegar a um dia totalmente sem queimadas na Região Amazônica, mas é claro que neste momento a quantidade de novas queimadas acontecendo é uma situação importante. As queimadas representam um grande perigo para os ecossistemas intactos da região”, diz Morton.

Nós procuramos o Ministério do Meio Ambiente e também a assessoria do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, mas não tivemos resposta.

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