O PT assumiu papel central na defesa de Luiz Inácio Lula da Silva em meio a divergências entre os advogados do ex-presidente. A estratégia de deputados petistas de apresentar o pedido de liberdade imediata do ex-presidente ao juiz plantonista Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, não foi combinada com os advogados de Lula.
Um deles, José Roberto Batochio, está na Europa e disse ao Valor que “não está por dentro” do pedido de libertação do ex-presidente e nem estava acompanhando o caso. Os defensores Cristiano e Valeska Zanin e a assessoria de imprensa da banca foram procurados pela reportagem mas não atenderam aos telefonemas nem retornaram. Eles limitaram-se a um pronunciamento por nota.
Na sexta-feira, os deputados do PT e advogados Paulo Pimenta (RS), Paulo Teixeira (SP) e Wadih Damous (RJ) apresentaram o pedido de liberdade de Lula ao juiz Favreto, sob a argumentação de que não há fundamento jurídico para a prisão do ex-presidente.
O comando do PT tem criticado a atuação do casal Cristiano e Valeska Zanin na defesa de Lula e reclamado dos embates dos dois advogados com o ex-ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal. O desgaste entre os defensores do ex-presidente se intensificou há pouco mais de um mês e Sepúlveda repetiu a petistas que pretende deixar a defesa de Lula.
Sepúlveda discorda da estratégia de embate com o Judiciário, que é defendida por Cristiano e Valeska Zanin.
Um dos embates mais recentes e graves entre os advogados de Lula aconteceu em meados de junho, quando Sepúlveda pediu à Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar a possibilidade de conceder prisão domiciliar ao ex-presidente Lula. O ex-ministro do Supremo teria tomado a iniciativa sem consultar o casal Zanin. Para marcar sua divergência, Cristiano divulgou uma nota afirmando que a “defesa não apresentou ao STF ou a qualquer outro Tribunal pedido de prisão domiciliar”. Com o episódio, Sepúlveda quase deixou a banca.
Nesta segunda-feira, o PT fará uma reunião com o Conselho Político do partido, para discutir os próximos passos na defesa do ex-presidente e a pré-candidatura do partido à Presidência.