BRASÍLIA - A Polícia Federal intimou o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro, para prestarem depoimento no inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos.
Os depoimentos são na condição de testemunhas e, ao menos até o momento, eles não são alvos do inquérito.
Ministro da Justiça
:
defende atos antidemocráticos como direito à liberdade de expressão
Os pedidos dos depoimentos partiram da delegada Denisse Dias Ribeiro, que conduz o caso. Por ter autonomia para conduzir o inquérito, a delegada não precisou pedir autorização ao Supremo Tribunal Federal nem à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre esses depoimentos.
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Em foto postada em 26 de setembro de 2019, o deputado faz sinal de armas com os dedos diante de uma escultura contra violência, em frente ao prédio da ONU, em Nova York. "As operações de paz da ONU acertadamente usam armas. Mas na entrada do prédio da ONU em NY fica essa escultura desarmamentista. Como todo bom desarmamentista eis a máxima 'armas para mim, desarmamento para os outros'", escreveu o deputado Foto:
Eduardo Bolsonaro começou a crise diplomática com a China em 18 de março, ao culpar o país pela pandemia Foto: Reprodução / Twitter
A suposição sobre espionagem chinesa através da rede 5G gerou mais um impasse diplomático. Em nota, governo chinês advertiu Brasil sobre "arcar com as consequências negativas [das acusações infundadas] e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil" Foto: Reprodução / Twitter
Em março, quando diversas cidades do Brasil optavam pelo fechamento de serviços não essenciais, seguindo o negacionismo do pai, o presidente Jair Bolsonaro, Eduardo compartilhou uma notícia de 28 de janeiro, sobre a estratégia da Itália era manter o funcionamento pleno da economia registrava apenas 17 mortes. Entretando, na data da postagem a estratégia era lockdown nacional para tentar conter o colapso da saúde Foto: Reprodução / Twitter
Em sua conta no Twitter, Eduardo compartilhou, em setembro, uma fake news sobre a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 16 anos. A postagem mostrava uma foto manipulada em que Greta aparece lanchando em um trem, enquanto é observada por crianças africanas pela janela. O post também repassava a notícia falsa de que a ativista é financiada pelo bilionário investidor George Soros Foto: Reprodução
No dia 13 de outubro, o deputado postou no Instagram uma foto com uma camisa cuja estampa ironiza a sigla LGBT, utilizando as letras para exaltar os Estados Unidos, sua política de armamento, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente americano Donald Trump Foto: Reprodução
Eduardo Bolsonaro, já como líder do PSL na Câmara, disse em plenário, na sessão de 29 de outubro, que o governo brasileiro não vai tolerar o mesmo tipo de manifestação que ocorre no Chile, onde 20 pessoas morreram desde o início da onda de protestos no país. "Não vamos deixar isso daí (protestos no Chile) vir para cá. Se vier para cá, vai ter que se ver com a polícia. E, se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a História se repetir", disse o deputado, referindo-se ao período da ditadura chilena comandada por Augusto Pinochet Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
Também em setembro, o deputado postou um foto com uma pistola na cintura durante a visita feita ao pai, Jair Bolsonaro, no hospital onde o presidente se recuperava de um cirurgia de correção de hérnia. Foto: Reprodução
No primeiro encontro bilateral entre os presidente Jair Bolsonaro e Donald Trump, Eduardo Bolsonaro acompanhou o pai na reunião no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, EUA. O chancelar brasileiro, Ernesto Araújo, ficou de fora do encontro. Dias depois, Bolsonaro anunciou que indicaria o filho para o cargo de embaixador do Brasil na capital americana Foto: Reprodução
Em viagem aos EUA, Eduardo Bolsonaro confirmou a mudança da embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém e criou polêmica ao dizer que o Brasil apoiaria políticas para "frear o Irã" como forma de compensar os países árabes pela transferência. As declarações provocaram reação dos países árabes Foto: Henrique Gomes Batista
Eduardo também participou de bate-boca entre integrantes do PSL em um grupo de WhatsApp. Ele entrou na discussão sobre críticas à articulação política do governo após a deputada federal Joice Hasselmann dizer que as negociações estavam "abaixo da linha da miséria". Eduardo, Joice e o senador Major Olímpio trocaram acusações e críticas por mensagens Foto: Reprodução
Em uma palestra feita antes do primeiro turno das eleições, Eduardo Bolsonaro disse que "para fechar" o STF bastam "um cabo e um soldado". No vídeo do dia 9 de julho, o deputado é perguntado sobre uma eventual ação do Supremo para impedir a posse de Bolsonaro e qual seria a atitude do Exército neste cenário Foto: Reprodução
Em foto postada no Facebook de 8 de maio de 2018, o deputado aparece com camisa que homenageia o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado pela prática de crimes de tortura durante a ditadua militar no Brasil. Como parlamentar, Eduardo estava ao lado do pai, então deputado, quando este votou, em 2016, pelo impeachment da presidente Dilma Roussef exaltando a memória do coronel, que morreu em outubro de 2015 Foto: Reprodução / Reprodução
O inquérito, aberto a pedido da PGR, apura a existência de uma organização criminosa na realização de atos que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do STF, envolvendo o financiamento e a divulgação desses atos.
No dia 16 de junho, a PF cumpriu 26 mandados de busca e apreensão contra alvos da investigação, em uma operação solicitada pela PGR. Dentre os alvos estavam integrantes do partido que o presidente Bolsonaro tenta formar, o Aliança pelo Brasil. Além disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a
quebra do sigilo bancário de 11 parlamentares bolsonaristas, também a pedido da PGR, que busca obter informações sobre a possível participação deles no financiamento dos atos.
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