Mundo Eleições EUA 2020

No debate, Biden cita proposta para Amazônia e sugere 'consequências econômicas' caso devastação continue

Durante segmento que tratava da questão ambiental, democrata lembrou plano de levantar US$ 20 bilhões para ações de proteção e lembrou da importância da floresta para o mundo
Candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, durante debate com o presidente e candidato à reeleição, Donald Trump Foto: JIM WATSON / AFP
Candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, durante debate com o presidente e candidato à reeleição, Donald Trump Foto: JIM WATSON / AFP

Na noite desta terça-feira, quando enfrentava o republicano Donald Trump no primeiro debate entre candidatos à Presidência dos EUA, o democrata Joe Biden tocou em um dos pontos centrais de seu plano de governo, a questão climática, e citou o Brasil ao mencionar o papel de liderança que os EUA deveriam assumir no tema.

Guga Chacra : Trump e Biden foram horríveis no debate

— A Floresta Amazônica no Brasil está sendo destruída, arrancada. Mais gás carbônico é absorvido ali do que todo carbono emitido pelos EUA. Eu tentarei ter a certeza de fazer com que os países ao redor do mundo levantem US$ 20 bilhões e digam (ao Brasil): "Aqui estão US$ 20 bilhões, pare de devastar a floresta. Se você não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas" — afirmou o candidato democrata, sem entrar em detalhes sobre que consequências seriam essas.

Analítico : Trump usou a força no debate, mas corre o risco de não atingir eleitor-chave

A citação ao Brasil foi uma exceção em um debate na qual a política externa dos EUA não esteve em discussão, salvo pelos habituais ataques de Trump à China para defender sua gestão da pandemia da Covid-19.

Meio ambiente : Se Biden vencer, Bolsonaro terá sérios problemas com a agenda ambiental

A preocupação de Biden com a Amazônia e a ideia de levantar os US$ 20 bilhões haviam surgido já no ano passado, nos primeiros momentos da disputa pela indicação do candidato do Partido Democrata. Na época, o ex-vice-presidente defendeu medidas em escala global para conter a destruição da floresta. Em março de 2020, quando já aparecia como o virtual favorito para a indicação, sinalizava que poderia adotar medidas mais duras contra o governo brasileiro caso nenhuma ação mais concreta fosse tomada.

O primeiro debate para a presidência dos Estados Unidos entre republicano Donald Trump e democrata Joe Biden, na noite desta terça-feira (29 de setembro) pegou fogo. Biden tentava responder sobre as razões para ser mais cauteloso na reabertura dos setores devido à crise do novo coronavírus, quando passou a ser seguidas vezes interrompido por Trump.
O primeiro debate para a presidência dos Estados Unidos entre republicano Donald Trump e democrata Joe Biden, na noite desta terça-feira (29 de setembro) pegou fogo. Biden tentava responder sobre as razões para ser mais cauteloso na reabertura dos setores devido à crise do novo coronavírus, quando passou a ser seguidas vezes interrompido por Trump.

"Os incêndios que devastaram a Amazônia no último verão provocaram ação global para interromper a destruição e apoiar o reflorestamento antes que seja muito tarde. O presidente Bolsonaro deveria saber que, se o Brasil fracassar na tarefa de ser um guardião responsável da Floresta Amazônica, meu governo vai buscar apoio ao redor do mundo para garantir que o meio ambiente seja protegido", afirmou, em entrevista à revista Americas Quarterly, publicada no dia quatro de março.

Artigo: Por que uma derrota de Trump seria um desastre para Bolsonaro

Onze dias depois, no debate com o então seu adversário na disputa democrata, o senador Bernie Sanders, fez declarações parecidas com as desta terça:

— Por fim, eu estaria agora organizando o hemisfério e o mundo para fornecer US$ 20 bilhões à Amazônia, para que o Brasil não queime mais a Amazônia, para que tenhamos florestas —  disse à época. — Ela (Amazônia) absorve mais gas carbônico, e a região está queimando agora, do que nós emitimos em um ano.