Economia

Bolsas caem com 2ª onda da pandemia de Covid-19 na Europa; dólar fecha em R$ 5,62

Nos EUA, Donald Trump diz que está disposto a propor estímulos superiores a US$ 1,8 trilhão. Mesmo assim, índices de NY tiveram perdas
Aumento dos casos de Covid-19 na Europa fazem com que Bolsas registrem perdas nesta quinta Foto: Sam Yeh / AFP
Aumento dos casos de Covid-19 na Europa fazem com que Bolsas registrem perdas nesta quinta Foto: Sam Yeh / AFP

RIO — O temor de uma segunda onda de Covid-19 na Europa e a demora sobre o pacote de estímulos nos EUA fizeram com que as Bolsas terminassem o pregão desta quinta com perdas. O Ibovespa (índice de referência da B3) caiu 0,28%, aos 99.054 pontos. No câmbio, o dólar comercial subiu 0,48% contra o real, valendo R$ 5,626.

Na véspera, Portugal declarou estado de calamidade e aumentou as restrições de fluxo de pessoas para conter a disseminação do novo coronavírus. Na França , foi decretado toque de recolher entre 21h e 6h por quatro semanas na região de Ile-de-France, que engloba Paris, e em mais oito cidades, incluindo Toulouse, Lyon e Grenoble.

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O ministro de Saúde britânico, Matt Hancock, determinou que Londres proíba reuniões em locais fechados. O prefeito da cidade, Sadiq Khan, admitiu que o vírus está se espalhando de forma veloz na região.

O índice FTSE da Bolsa de Londres recuou 1,73%. Em Paris (CAC) e Frankfurt (DAX), as perdas foram de, respectivamente, 2,11% e 2,49%.

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— Observamos a frustração dos mercados diante do ressurgimento da pandemia e a comprovação do fenômeno da segunda onda da doença. O avanço da Covid-19 em países europeus frustra o entendimento de que os países estavam em trajetória descendente de contaminação — explica Mauricio Pedrosa, gestor da Áfira Investimentos.

Estímulo nos EUA

Pedrosa acrescenta que a queda dos índices globais e os ganhos do dólar estão ligados às perspectivas de retomada da economia:

— Com o avanço da doença, passa a minar o entendimento de que as economias conseguiriam se recuperar em "V". Como todos os países já têm uma fatura enorme a ser paga, o adiamento da retomada da economia gera grande frustração.

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Em Nova York, os índices também gecharam no vermelho. Dow Jones e S&P perderam, respectivamente, 0,06% e 0,15%. A Bolsa eletrônica Nasdaq recua 0,47%. Também pesou sobre os mercados a dificuldade para a aprovação de um pacote trilionário de estímulo econômico no país.

O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou que será difícil que governo (republicanos) e oposição (democratas) cheguem a um acordo sobre o tema, durante entrevista à americana CNBC. Já nesta quinta, o presidente Donald Trump disse à Fox Business que concordaria com um pacote de estímulos superior a US$ 1,8 trilhão, valor que seu partido tem insistido.

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— A ausência de acordo sobre os estímulos nos EUA também afeta os mercados. Está havendo uma inércia sem precedentes quanto a essa aprovação do pacote, catalisada por questões políticas. Mesmo o presidente agora tendo falado de forma favorável a aumentar a cifra do pacote, dificilmente teremos alguma conclusão antes das eleições majoritárias — diz Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos.

A perspectiva de que, com a segunda onda da Covid-19, a demanda internacional por matéria-prima será reduzida afetou negativamente o preço do petróleo. O barril do tipo Brent (referência internacional) caiu 0,36%, a US$ 43,16.

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Diante deste cenário, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras perderam, respectivamente, 2,14% e 2,19%.

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