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Maioria dos alunos que moram em favelas no país ficou sem estudar na pandemia

Pesquisa do DataFavela mostra que moradores têm medo de abandono escolar e estão inseguros com o retorno presencial aos colégios
Suellen Pires, de 28 anos, vive com as três filhas na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Suellen Pires, de 28 anos, vive com as três filhas na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

RIO - Mais da metade (55%) dos estudantes de favelas do Brasil estão sem estudar durante a pandemia. Parte (34%) não consegue participar por falta de acesso à internet, e outra parcela (21%) não está recebendo as atividades da escola ou faculdade na qual está matriculada.

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A informação é de uma pesquisa obtida com exclusividade pelo GLOBO e realizada pelo instituto DataFavela, uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Locomotiva e a Central Única das Favelas (Cufa). O levantamento ouviu 3.585 alunos, universitários e pais de estudantes de comunidades de todo o país, entre 9 e 10 de setembro.

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Na casa de Suellen Pires, de 28 anos, ela precisou escolher comprar comida a ter crédito no celular. Trancista que faz bicos vendendo empadas e cocadas, a moradora da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, não pôde trabalhar durante a pandemia. De renda, teve só o Bolsa Família (R$ 345 mensais), já que não conseguiu acessar o auxílio emergencial. Por isso, as irmãs Geovanna e Gabrielle do Nascimento, de 9 e 11 anos, ficaram de março a outubro sem estudar.

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— A minha casa é muito úmida. Eu e uma das minhas filhas já tivemos tuberculose e, por isso, ficamos com problemas pulmonares. Então sou de risco e fiquei em casa durante a pandemia para me proteger e proteger minhas filhas — conta Suellen.

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