Manifestação ocorreu em frente ao hipermercado Atacadão, unidade do grupo Carrefour em Salvador — Foto: Victor Silveira/TV Bahia
Um grupo de manifestantes esteve reunido na manhã deste domingo (22), em frente ao hipermercado Atacadão, na Avenida Bonocô, em Salvador, protestando contra a rede comercial após um cidadão negro ter sido assassinado por um segurança e um policial brancos em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre, na última quinta-feira (19).
Com faixas e palavras de ordem e pedindo justiça pelo crime, o grupo também repudiou o posicionamento de autoridades, como o vice-presidente Hamilton Mourão que, no dia seguinte à morte de João Alberto, declarou não existir racismo no Brasil.
Protesto em frente ao hipermercado Atacadão, unidade do grupo Carrefour em Salvador — Foto: Victor Silveira/TV Bahia
Uma confusão teve início, mas logo a situação foi acalmada pela Polícia Militar. Os manifestantes tentaram entrar na unidade, mas os portões foram fechados. Com isso, houve discussão entre o grupo e funcionários do hipermercado e a PM interveio. Os protestos ocorreram do lado de fora, enquanto clientes ficaram presos, sem conseguir sair do estabelecimento.
A manifestação teve fim por volta das 12h30. Segundo a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), os protestos não atrapalharam o tráfego na região.
A morte de João Alberto, um cidadão negro, espancado por dois homens brancos, ganhou projeção e incitou manifestação de diversos setores da sociedade. A Defensoria Pública da União, a ONU Brasil, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) emitiram nota sobre o caso, além de políticos, autoridades jurídicas, artistas e instituições sociais brasileiras.
Imagens mostram homem sendo agredido em supermercado de Porto Alegre
Crime
João Alberto Silveira Freitas tinha 40 anos e foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, na última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, por dois seguranças do estabelecimento. A ação foi filmada por testemunhas e rapidamente ganhou repercussão.
Ambos são funcionários de uma empresa terceirizada, a Vector Segurança. Em nota, a empresa disse que "se sensibiliza com os familiares da vítima e não tolera nenhum tipo de violência" e "iniciou os procedimentos para apuração interna".
O Carrefour anunciou que rompeu o contrato com a empresa e lamenta profundamente o caso. Em nota, informou que iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente.
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