Por Guilherme Mazui e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo — Brasília


Jair Bolsonaro cumprimenta o novo diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, ao chegar à cerimônia de posse na sede da agência de inteligência, em Brasília — Foto: Carolina Antunes/PR

Coordenador da segurança de Jair Bolsonaro na eleição do ano passado, o delegado da Polícia Federal (PF) Alexandre Ramagem tomou posse na tarde desta quinta-feira (11) no cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O presidente da República participou da solenidade de posse realizada na sede da agência de inteligência, em Brasília.

Alexandre Ramagem passou a comandar a segurança de Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto após o presidente ser vítima, em setembro, de um atentado à faca em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro precisou ser submetido a três cirurgias para se recuperar dos ferimentos no abdômen.

Após Bolsonaro assumir a Presidência, Ramagem foi requisitado para atuar como assessor especial da Secretaria de Governo, uma das pastas que lotadas no Planalto.

Ao discursar no evento, o novo diretor-geral da Abin afirmou que é preciso resgatar a escola de inteligência do país, padronizar a produção de inteligência pelos diferentes órgãos no país e auxiliar no trabalho para prevenção de crimes.

Segundo ele, o Brasil "merece deter uma inteligência de Estado com capacidade, com credibilidade perante as demais instituições e perante a sociedade".

"Neste momento de tempos atuais de desenvolvimento da tecnologia da informação, a inteligência tem que se aperfeiçoar para entregar com velocidade, pragmatismo, objetividade", declarou Ramagem.

A Abin é vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, comandada pelo ministro Augusto Heleno. Foi o próprio Heleno quem deu posse ao novo diretor-geral da agência.

O ministro do GSI destacou, ao discursar na cerimônia, que a inteligência precisa ser cada vez mais rápida diante do avanço tecnológico, em ferramentas que disseminam mensagens, como aplicativos de celular.

Um dos ministros mais próximos a Bolsonaro, Augusto Heleno declarou ainda que a Abin produz informações para, segundo ele, embasar decisões do presidente da República da forma mais célere possível. O ministro explicou que a decisão de trocar o comando da Abin se deu para adaptar a agência à corrida em busca da velocidade da inteligência.

Em um breve discurso na solenidade, Jair Bolsonaro ressaltou a necessidade de receber informações de forma ágil para, segundo ele, não ser "surpreendido" e poder tomar decisões rapidamente.

"A gente precisa da informação para que não seja surpreendido. A gente tem que ter a capacidade de se antecipar ao problema. Melhor do que uma boa informação é saber como utilizá-la", enfatizou Bolsonaro.

Perfil

De acordo com a Abin, o novo diretor-geral da agência é delegado da Polícia Federal desde 2005. Na corporação, ele comandou, entre 2013 e 2014, a Divisão de Administração de Recursos Humanos e a de Estudos, Legislações e Pareceres, entre 2016 e 2017.

Alexandre Ramagem atuou ainda na coordenação de grandes eventos realizados no país nos últimos anos, como a Conferência das Nações Unidas Rio+20 (2012), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada do Rio (2016).

Em 2017, Ramagem integrou a equipe de policiais responsáveis pela investigação e inteligência de polícia judiciária na operação Lava Jato. Ele também coordenou o trabalho da PF no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com sede no Rio.

A indicação de Ramagem para o comando da Abin foi aprovada no mês passado pelo Senado. Ele substitui Janér Tesch Hosken Alvarenga no posto máximo da agência de Inteligência.

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