O governo pode até ter anunciado que a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, passou a fazer parte do plano nacional de imunização contra Covid-19, mas o fato é que as tratativas ainda seguem sem sair do papel. O Instituto Butantan enviou nesta semana ao Ministério da Saúde um contrato com as condições para que o governo federal efetive a compra da Coronavac. Acontece que ainda não houve nenhuma resposta.
O documento foi encaminhado após uma reunião entre integrantes da entidade e emissários do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em busca da retomada de diálogo. Até o momento, porém, envolvidos na negociação relataram à coluna que, de concreto, o que existe até o momento é apenas um protocolo de intenções para compra de 46 milhões de doses da vacina, assinado em outubro.
O memorando citado no plano de imunização lançado nesta quarta-feira (16) foi, inclusive, o motivo de discórdia entre Pazuello e Bolsonaro. Quando a negociação veio a público, o presidente desautorizou o ministro da Saúde e disse que não compararia “vacina chinesa”. A principal irritação de Bolsonaro é que a vacina é capitaneada pelo governador de São Paulo, João Doria, seu inimigo político.