Vacina

Por Delis Ortiz, TV Globo — Brasília


Ministério da Saúde diz agora que vacinação contra Covid pode começar no fim de dezembro

Ministério da Saúde diz agora que vacinação contra Covid pode começar no fim de dezembro

O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (9) que poderá haver vacinação contra a Covid-19 no Brasil ainda neste mês de dezembro, ou no início de janeiro de 2021, se a farmacêutica Pfizer conseguir uma autorização emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o ministério, o ministro Eduardo Pazuello afirmou que a vacinação em dezembro depende também de a empresa conseguir "adiantar" uma entrega de doses.

A vacinação em dezembro ou no início de janeiro, informou a pasta, seria em caráter emergencial e atenderia a uma pequena quantidade de pessoas.

Após a declaração do ministro, a Pfizer informou o seguinte: “Em nota, o MS disse que o ministro Eduardo Pazuello afirma que se a Pfizer conseguir autorização emergencial junto a Anvisa e conseguir adiantar alguma entrega, o início da vacinação pode ser no fim de dezembro ou no início de janeiro de 2021. Mas isso seria em quantidades pequenas, de uso emergencial. Observando que a autorização emergencial depende da Anvisa e termos contratuais a serem definidos entre MS , Pfizer e/ou qualquer laboratório.”

A vacina da Pfizer começou a ser aplicada no Reino Unido nesta terça-feira (8). No mesmo dia, o governo brasileiro anunciou termo de intenção para comprar 70 milhões de doses da empresa.

O anúncio refletiu uma mudança de atitude, já que o governo antes havia dito que o país não tinha infraestrutura para armazenar as doses na temperatura exigida de 70º C negativos.

Também na terça, em reunião com governadores, Pazuello disse que a vacinação no Brasil começaria no fim de fevereiro.

O ministro deu a declaração ao comentar a tramitação do registro definitivo da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. O Brasil tem acordo para 100 milhões de doses dessa vacina.

Segundo Pazuello, o pedido de registro definitivo deverá chegar à Anvisa até o fim de dezembro, e a agência deve levar 60 dias para análise.

"Previsão de submeter à Anvisa [em dezembro]. Previsão de registro? Previsão de início no final de fevereiro. Então, se Deus quiser, com tudo pronto, nós iniciaremos a vacinação da AstraZeneca", disse Pazuello.

Vacinas

Antes de anunciar o acordo com a Pfizer, o governo federal tinha acertado compras de doses da vacina da AstraZeneca e do consórcio Covax, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A iniciativa do Covax prevê repasses de doses para os países signatários, à medida que os laboratórios obtiverem os registros. No Covax, o Brasil optou por 42,5 milhões de doses.

O governo do estado de São Paulo, por meio do Instituto Butantan, tem uma parceria com o laboratório Sinovac, da China, que produz a vacina Coronavac. O governador paulista, João Doria (PSDB), anunciou que pretende começar a vacinar a população do estado em janeiro.

Em outubro, Pazuello chegou a dizer que o governo federal também compraria a Coronavac, mas foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro. Doria e Bolsonaro são rivais políticos.

Na reunião com governadores na terça, Pazuello disse que "se houver demanda e houver preço" o governo vai comprar "a vacina do Butantan".

Autorização da Anvisa

A Anvisa é responsável por conceder os registros definitivos para que as vacinas possam ser aplicadas no Brasil. A agência pode também conceder autorização para aplicações emergenciais. Os pedidos precisam ser enviados à agência pelas empresas. Até agora, nenhum pedido chegou à Anvisa.

Uma lei aprovada na pandemia permite, entretanto, que uma vacina contra a Covid-19 seja usada no Brasil mesmo sem registro na Anvisa. Para isso, precisa ter sido aprovada por agências de outros países, como a FDA, dos Estados Unidos.

A agência regulatória norte-americana atestou nesta semana a eficácia e a segurança da vacina da Pfizer.

Transporte das vacinas

Nesta quarta-feira, durante almoço com representantes do governo federal, o presidente da companhia aérea Azul, John Rodgerson, informou que a empresa fará o transporte gratuito das vacinas contra a Covid-19 pelo país utilizando a malha de voos existente.

Segundo a companhia, o serviço será oferecido para os governos federal, estadual e municipal.

A intenção é que, além das aeronaves de cargas, os aviões de transporte de passageiros também sejam usados para fazer a logística de entrega das vacinas.

Segundo a Azul, cada aeronave poderá transportar cerca de 5 mil vacinas. A empresa vai voltar a operar com 800 voos por dia.

VÍDEOS: vacinas contra a Covid-19

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