Por G1 AM


Amazonas prepara alas de maternidades para atender mulheres com Covid

Amazonas prepara alas de maternidades para atender mulheres com Covid

A Justiça do Amazonas determinou, neste sábado (2), a suspensão total das atividades consideradas não-essenciais pelo prazo de 15 dias. Já as atividades consideradas essenciais poderão funcionar desde que adotem medidas que impeçam a aglomeração de pessoas.

O G1 entrou em contato com o governo do Amazonas e aguarda um posicionamento oficial sobre as determinações.

No texto, o juiz Leoney Figliuolo Harraquian prevê até mesmo o uso de força policial para "preservar a ordem pública". A multa diária em caso de não cumprimento das medidas é de R$ 50 mil, que será aplicada ao governador Wilson Lima.

De acordo com a decisão, o governo ainda deve fazer um pronunciamento diário nos meios de comunicação para explicar as medidas à população. O texto ainda diz que a ampliação do convívio social poderá acontecer após uma avaliação dos riscos feita pela Fundação de Vigilância em Saúde. O órgão ainda terá de emitir, a cada cindo dias, um relatório com a indicação das medidas que deverão ser adotadas pelo Estado para diminuir a contaminação.

A decisão ainda determina que o boletim diário de casos inclua o número de pacientes no interior e capital amazonense, inclusive os da rede privada, que aguardam uma vaga para internação, bem como a informação da disponibilidade dos leitos de Covid-19, com o detalhamento da ocupação por grávidas, crianças, pacientes oncológicos e cardíacos.

Tendas voltaram a ficar lotadas neste sábado (2) — Foto: Matheus Castro/G1

Situação crítica

O Amazonas já registrou mais de 5,3 mil mortes e 200 mil casos confirmados de Covid-19. No dia 31 de dezembro, Manaus bateu recorde de hospitalizações por Covid-19: foram registradas 124 internações em um único dia, maior número desde o início da pandemia, quando a cidade sofreu colapsos no sistema de saúde e funerário.

No dia 29 de dezembro, por causa do grande aumento de casos de Covid-19 em Manaus, dois hospitais montaram tendas externas para triagem de pacientes. Neste sábado (2), o G1 visitou os dois hospitais e ouviu reclamações de pacientes.

O governo do Estado está reconfigurando a rede de saúde para enfrentar a pandemia, inclusive prevendo o uso de maternidades para tratar os pacientes. É o caso do Instituto da Mulher e Maternidade Dona Lindu, que deve começar a receber doentes a partir da próxima semana. A medida gerou protestos do Sindicato dos Médicos do Amazonas.

As câmaras frigoríficas, usadas para armazenar os corpos de mortos durante o primeiro pico da doença , voltaram a ser instaladas nos hospitais.

A alta de casos de Covid-19 em Manaus também fez com que a prefeitura da cidade precisasse preparar novas áreas em cemitérios para enterrar os mortos vítimas da doença. Segundo a Prefeitura de Manaus, a média de enterros diários na cidade aumentou de setembro para cá, passando de 30 para 45 sepultamentos.

Instituto da Mulher Dona Lindu — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Fechamento do comércio

O governador Wilson Lima já tinha tentado fechar, sem sucesso, o comércio no Estado. Ele havia publicado um decreto que impedia atividades consideradas não-essenciais que entraria em vigor em 26 de dezembro.

No entanto, uma multidão foi às ruas para protestar contra o fechamento das lojas. Empresários e comerciantes criticaram governo por ter publicado decreto durante vendas de fim de ano. O trânsito chegou a ser isolado nos arredores da casa do governador, após manifestantes ameaçarem depredar o local.

Com a pressão exercida pelos comerciantes, o governador recuou e liberou o funcionamento das atividades não essenciais, com apenas algumas restrições de horário.

Multidão protesto contra fechamento do comércio em Manaus em 26 de dezembro — Foto: Paulo Paixão/Rede Amazônica

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