Clínicas particulares devem seguir plano de imunização do governo, diz Saúde

Terão de seguir ordem de prioridades

Entidade quer comprar vacina indiana

A Covaxin teve seu uso emergencial contra a covid-19 aprovado na Índia no domingo (3.jan.2021)
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As clínicas particulares deverão seguir a ordem de vacinação de grupos prioritários contra a covid-19 determinada no plano nacional de vacinação do Ministério da Saúde. A informação foi divulgada pela pasta em nota enviada à imprensa nesta 2ª feira (4.jan.2021).

A declaração ocorre após a ABCvac (Associação Brasileira das Clínicas de Vacina) anunciar que negocia a compra de 5 milhões de doses da Covaxin, imunizante produzido pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.

“Os grupos prioritários, propostos pelo Ministério da Saúde em parceria com Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde] e Conasems [Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde], devem, a princípio, ser obedecidos mesmo que haja integração de clínicas particulares de vacinação ao processo de imunização”, afirmou a pasta.

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A nota também diz que a vacinação no Brasil começará pela rede pública do SUS (Sistema Único de Saúde). No cenário mais otimista, o governo federal quer começar a campanha em 20 de janeiro.

O governo ainda afirmou que as clínicas particulares terão de garantir o registro de dados sobre quais doses foram aplicadas e em quem.

“É preciso observar que o registro da aplicação do imunizante precisaria ser feito junto à Rede Nacional de Dados de Saúde e à caderneta digital de vacinação. Esta rastreabilidade possibilita identificar quem tomou a vacina e em qual data, além de precisar o laboratório e o lote do imunizante, possibilitando a aplicação de uma 2ª dose no prazo correto”, declarou a pasta.

ABCVAC E COVAXIN

A ABCVAC informou no último domingo (3.jan.2021) que negocia a compra de doses da Covaxin, imunizante que teve seu uso emergencial autorizado pela Índia e está na 3ª fase de testes.

O presidente da associação, Geraldo Barbosa, afirmou que o imunizante foi oferecido ao governo federal, e que uma parte excedente foi disponibilizada pela empresa às clínicas privadas.

A vacina ainda precisa da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser usada no Brasil. O imunizante, que não teve sua eficácia divulgada, é feito a partir de partículas do coronavírus que foram mortas, tornando-as incapazes de infectar ou se replicar. São necessárias duas doses na aplicação, e seu armazenamento pode ser feito a temperaturas de 2ºC a 8º C.

O Poder360 revelou em dezembro de 2020 que as vacinas poderiam também ser aplicadas por hospitais e clínicas particulares, assim que obtivessem autorização de uso no sistema público pela Anvisa.

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