Vacinas liberadas para uso emergencial geram expectativas nas ruas
A Fundação Oswaldo Cruz aguarda a chegada do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), de responsabilidade da AstraZeneca, para iniciar a produção da vacina de Oxford em Manguinhos, no Rio de Janeiro. O insumo vem da Ásia e ainda não tem data para chegar.
De acordo com a Fiocruz, o recebimento do ingrediente, previsto para janeiro, ainda está dentro do cronograma contratual.
O lote com dois milhões de doses prontas vem da Índia, mas o governo indiano não autorizou a entrega e a carga não chegou. O ministro da saúde, Eduardo Pazuello, disse que estão sendo feitas negociações diplomáticas para que seja autorizada a entrega.
"Continuo confiante de que esta semana nós receberemos a vacina da AstraZeneca (...) estamos fazendo movimentos fortes , a nível diplomático, para encontrar aonde está essa resistência e resolver o problema", ressaltou Pazuello.
Passo a passo da produção da vacina na Fiocruz:
- Com a matéria-prima em mãos, é iniciado, então, o processamento propriamente dito da vacina. O primeiro passo é realizar a formulação, quando são adicionados ao concentrado vacinal os componentes que vão estabilizar a vacina e diluir a concentração do vírus.
- Em seguida, no envase, o imunizante é transportado dos grandes tanques de aço inox para pequenos frascos de vidro, os mesmos que posteriormente seguirão para os postos de saúde.
- Já com o imunizante, esses frascos são fechados com uma rolha de borracha e seguem para a recravação, onde recebem um lacre de alumínio.
- A última etapa consiste na rotulagem e embalagem, em que os frascos recebem os rótulos com a identificação da vacina, número de lote, data de fabricação e validade, além de outras informações importantes, e são acomodados em caixas chamadas de cartuchos que garantem a proteção das embalagens durante a distribuição. Nesse momento algumas amostras são separadas e seguem para um rígido controle de qualidade, onde serão submetidas a testes de potência, estabilidade e esterilidade.
Cronograma de entrega da vacina de Oxford, produzida pela Fiocruz
A expectativa é entregar 100 milhões de doses até julho e mais 110 milhões até o fim do ano.
- 100 milhões de doses até julho
- 110 milhões até o fim do ano
"Num período de 3 meses, a gente vai liberar as doses produzidas em abril. E daí a gente fica muito mais seguro com esse quantitativo. Temos uma expectativa de mais 110 milhões de doses no segundo semestre. Esse é o cronograma que a gente tem e está trabalhando desde o inicio do projeto", explicou Marco Aurélio Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz.
Registro sanitário definitivo
Para começar a distribuição da vacina no país será necessário o registro sanitário definitivo para uso dela no Brasil. De acordo com a Fiocruz, a previsão é que a reunião com a Anvisa seja agendada durante esta semana.
As vacinas que estão sendo distribuídas a partir desta segunda-feira (18) são a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. As primeiras doses vieram prontas da China.
O Butantan diz que produziu outras quatro milhões de doses no Brasil. O governo federal afirma que o Instituto ainda não pediu autorização emergencial para o uso desses lotes.
Vacinas aprovadas
No domingo (17), duas vacinas foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Coronavac teve 50% (50,38%) de eficácia em testes. Isso significa que a vacina desenvolvida pelo laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, reduziu à metade as chances de pegar Covid-19, e teve 100% de eficácia contra sintomas graves.
Já a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e pelo laboratório AstraZeneca, teve eficácia média de 70% (70,4%). A Oxford e a Coronavac devem ser aplicadas em duas doses, em um intervalo de 28 dias.
As duas vacinas também precisam ficar armazenadas em geladeiras em temperaturas de 2 a 8ºC.
VACINA CONTRA A COVID-19
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