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Covid-19: Indonésia afirma que CoronaVac tem eficácia de 65,3% e aprova uso emergencial da vacina

País do Sudeste Asíatico deve começar a imunizar profissionais de saúde nesta quarta-feira com vacina desenvolvida pela chiinesa Sinovac, que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan
Funcionário realiza teste de qualidade em local de embalamento da Sinovac Biotech,fabricante da CoronaVac Foto: THOMAS PETER / REUTERS
Funcionário realiza teste de qualidade em local de embalamento da Sinovac Biotech,fabricante da CoronaVac Foto: THOMAS PETER / REUTERS

JACARTA — A Indonésia aprovou nesta segunda-feira (11) a autorização para o uso emergencial da CoronaVac, a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. A medida já era esperada, uma vez que autoridades do país do Sudeste Asiático anunciaram na semana passada o início da imunização em massa na próxima quarta-feira por meio do imunizante.

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Segundo números preliminares atestados na fase 3 dos ensaios clínicos conduzidos na Indonésia, apresentados pela reguladora local de alimentos e medicamentos, a eficácia da CoronaVac foi de 65,3%. De acordo com a agência, a taxa foi calculada a partir de 25 casos de Covid-19 identificados entre voluntários, mas não foram detalhadas informações sobre o grupo placebo e aqueles que receberam o imunizante.

No Brasil, a taxa de eficácia geral da CoronaVac ainda não foi apresentada. O Instituto Butantan apresentou na última quarta-feira os chamados desfechos secundários, que apontaram uma eficácia de 78% para prevenir casos que precisam de atendimento médico e 100% para casos graves e mortes. Além disso, dados preliminares de outro ensaio clínico, desenvolvido na Turquia, indicou uma eficácia de 91,25% da CoronaVac.

O presidente do país, Joko Widodo, será o primeiro indonésio vacinado. Ao todo, 125 milhões de doses foram adquiridas pelo país, das quais 3 milhões estarão disponíveis na primeira fase da campanha de vacinação em massa. A expectativa é que 1,3 milhão de profissionais e saúde sejam vacinados nesta etapa.

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O país pretende, ainda, imunizar governadores regionais com o intuito de gerar confiança na população acerca da segurança dos imunizantes. País mais afetado pela pandemia no Sudeste Asiático, a Indonésia, que soma 836.718 casos da Covid-19 e 24.343 mortes pela doença, também tem acordos com a AstraZeneca e a Pfizer/BioNTech, totalizando 329 milhões de doses contra o novo coronavírus.

A intenção da Indonésia, segundo o Ministério da Saúde, é vacinar 67% da população, o equivalente a 181,5 milhões de pessoas, para atingir a chamada imunidade de rebanho. O governo indonésio, no entanto, adotou uma estratégia controversa: além dos profissionais de saúde, será priorizada a população de 18 a 59 anos ao invés de idosos, que compõem o principal grupo de risco da Covid-19.

A justificativa oficial é a de que os mais jovens se deslocam com mais frequência, contribuindo, dessa maneira, para a cadeia de transmissão do coronavírus. Além disso, foi levada em conta a parcela expressiva  de pacientes assintomáticos nesta população.