Brasil

Governo diz a AstraZeneca 'não ter objeção' à compra de 33 milhões de doses de vacina pelo setor privado

Ofício enviado à farmacêutica dá aval à aquisição desde que metade das doses sejam doadas ao SUS
A vacina da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca Foto: Dado Ruvic / REUTERS
A vacina da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca Foto: Dado Ruvic / REUTERS

BRASÍLIA— O governo brasileiro enviou uma carta à AstraZeneca para dar seu aval a uma possível aquisição de 33 milhões de doses da vacina de Oxford pelo setor privado , das quais a metade seria destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Plano Nacional de Imunização.

O ofício ao qual o GLOBO teve acesso afirma que o governo não tem objeções à compra desde que pelo menos metade das doses seja doada "imediatamente" ao SUS e desde que a vacina seja utilizada para a imunização dos funcionários dessas empresas e não para comercialização. O ofício informa ainda que a importação deve atender aos critérios estabelecidos pela Anvisa e as doses devem ter rastreabilidade.

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O documento é assinado pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, pelo advogado-geral da União, José Levi, e pelo chefe da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário.

As informações sobre as negociações para a compra de vacinas pelo setor privado foram reveladas pela Folha de S.Paulo e confirmadas pelo GLOBO.

O governo brasileiro tem tentado aumentar a quantidade de doses de vacina para garantir a continuidade da imunização no país. Até o momento, foram disponibilizadas 2 milhões de doses da vacina de Oxford importadas da Índia e pouco mais de 10 milhões de doses da CoronaVac.

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A quantidade, no entanto, não é suficiente para dar conta nem da primeira fase do Plano Nacional de Imunização. Segundo estimativa do governo, a previsão era de que fossem necessárias cerca de 31,1 milhões de doses para dar conta da primeira etapa.

A reportagem questionou o Ministério da Saúde sobre o tema, mas a pasta afirmou que não vai comentar.