Política Coronavírus

Pazuello reafirma que não vai 'pedir para ir embora' e diz que fará transição 'correta'

Durante coletiva, ministro afirmou que presidente está na tratativa para 'reorganizar ministério'
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello 06/02/2021 Foto: TonyWinston / Divulgação
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello 06/02/2021 Foto: TonyWinston / Divulgação

BRASÍLIA — O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira que "o cargo é do presidente da República", e que Jair Bolsonaro está pensando em substituí-lo. Segundo Pazuello, o presidente está avaliando nomes e, caso decida por sua saída,  a transição será feita de "forma correta". Pazuello disse ainda que não pedirá para sair.

— Eu não vou pedir para ir embora. Não é da minha característica. Isso não é um jogo, uma brincadeira, "quero ir embora". Isso é sério, é o país, uma pandemia, o Ministério da Saúde, salvar vidas — disse.

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Bolsonaro c onversou na tarde de hoje com o médico Marcelo Queiroga , no Palácio do Planalto. O cardiologista se tornou o principal nome para substituir o general Eduardo Pazuello no comando do Ministério da Saúde.

O ministro está no centro de nova crise relacionada à provável troca de comando no Ministério da Saúde. O aumento no número de casos e mortes por Covid-19 e o impasse da vacinação no país elevaram o desgaste do ministro. Pazuello chegou a divulgar cronogramas divergentes em relação à disponibilização de doses para vacinação no país.

No domingo, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com a médica Ludhmila Hajjar, cotada para assumir o ministério, mas ela declinou do convite. Pazuello participou da reunião, que durou cerca de quatro horas. Nesta segunda-feira, em entrevista à CNN, Ludhmila afirmou que não aceitou o cargo por não ter encontrado "convergência" com Bolsonaro.

— O presidente, sim, está pensando em substituição, está avaliando nomes. Conversei com ele e com a Ludhmila (Hajjaj). E claro que estou à disposição de ajudar todos que vierem aqui. É continudade, não há rompimento. Continuidade na missão. Os senhores não estão acostumados com isso, estão acostumados com o político largar a caneta e ir embora. Nós não somos assim. Nós faremos a transição de forma correta e de contiuidade quando nos for determinado — disse.

Pazuello afirmou que, se sair, seus secretários continuarão trabalhando:

— Posso afiançar a todos os senhores. Não vamos parar nenhum minuto. Nem ontem, anteontem, hoje nem amanhã. Todos os meus secretários, interlocutores, assessores estão focados na missão. Havendo uma substituição, eles prosseguem na missão mantendo a continuidade das ações. Espero ter sido claro sobre esse assunto.

'Não é uma despedida'

O ministro, que raramente participou de coletivas sobre a Covid-19, foi questionado se a entrevista era um balanço de "conclusão da missão no Ministério da Saúde", ao que respondeu:

— Não tem balanço. Senhores, isso é uma coletiva planejada. Colocar todos a par do que nós estamos fazendo, eu só mantive, exatamente como estava planejada.

Em seguida, ele disse ter orgulho de "ter estado e estar" à frente do Ministério da Saúde trabalhando em prol do país e negou estar "pressionado".

— Isso não é uma palavra de despedida, quando tiver que me despedir me despedirei oficialmente. Só quero deixar que é muito orgulho de estarmos agora à frente dessa pasta cumprindo essa missão. Não me sinto em hipótese alguma pressionado, por nenhuma notícia, posição que venha de mídia errada, fakes news. O problema é a pandemia, os óbitos, os contaminados, é apoiar todos os brasilerios. Isso que é difícil, o resto é fácil — destacou o ministro, ao encerrar a coletiva.