Vacina

Por G1


Doses da vacina Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca — Foto: Agência Saúde DF/Divulgação

A agência de medicamentos da União Europeia afirmou, nesta quinta-feira (18), que a vacina de Oxford é "segura e eficaz" no combate ao coronavírus após analisar a suspeita de casos de formação de coágulos em pacientes imunizados.

A reguladora disse também que vai continuar a acompanhar e analisar os dados de vacinação no continente, mas que os benefícios da aplicação da vacina superam os riscos.

O órgão apresentou o resultado da análise de alguns casos de trombose em idosos, e reforçou que não há indícios de relação com a vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

Alguns países europeus suspenderam temporariamente o uso das doses da vacina enquanto a agência investigava as suspeitas (relembre na reportagem abaixo).

Agência de medicamentos da União Europeia reafirma confiança na vacina da AstraZeneca

Agência de medicamentos da União Europeia reafirma confiança na vacina da AstraZeneca

A farmacêutica afirmou que já foram aplicadas mais de 17 milhões de doses na Europa – e que 37 casos de trombose foram registrados entre os vacinados.

O número é muito inferior ao registrado normalmente na população do país, em condições normais.

Nesta segunda (15), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a grande ameaça que a maior parte dos países enfrenta é a falta de vacina.

Vacinação no Brasil

A vacina de Oxford/AstraZeneca é uma das duas usadas no Brasil – a outra é a vacina CoronaVac feita em parceria pela chinesa Sinovac com o Instituto Butantan – que foram aprovadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Que vacina é essa? Oxford Astrazeneca

Que vacina é essa? Oxford Astrazeneca

A Anvisa disse em nota que não há evidências que apontem – até o momento – para uma relação entre o uso da vacina e a ocorrência de casos de trombose e embolia pulmonar.

Disse ainda que nenhum brasileiro vacinado apresentou casos de embolismo e trombose associados às vacinas para Covid-19.

A Fiocruz, que produz a vacina da Oxford-AstraZeneca no Brasil, divulgou uma nota em que afirma que, até o momento, a vacina tem se mostrado extremamente segura e eficaz.

Suspensão temporária

Ao menos 13 países da União Europeia suspenderam temporariamente o uso da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, depois de relatos de formação de coágulos em pessoas vacinadas (veja a lista completa abaixo).

Na semana passada, Dinamarca, Noruega e Itália foram os primeiros em anunciar uma pausa nas aplicações para analisar dados da vacinação após a Áustria suspender um lote da vacina por conta de uma morte por embolia pulmonar – que poderia ser consequência da formação e desprendimento de um coágulo.

Coágulo é uma espécie de bloco de sangue com consistência mais sólida.

As autoridades sanitárias destes países ponderam, no entanto, que não há a comprovação de que a vacinação tenha aumentado a incidência de coágulos em pacientes – mas reforçam que o evento adverso pede por precaução.

Países que suspenderam a vacina

  • Áustria
  • Dinamarca
  • Noruega
  • Itália
  • Holanda
  • Alemanha
  • França
  • Espanha
  • Portugal
  • Luxemburgo
  • Suécia
  • Lituânia
  • Eslovênia

Os governos da Bélgica, Polônia, Romênia e Grécia se posicionaram contrários a esta suspensão. Segundo eles, a falta de vacinação pode causar ainda mais problemas que os efeitos adversos discutidos.

A União Europeia tem quatro vacinas autorizadas para a aplicação nos 27 países membros do bloco:

  • Pfizer/BioNTech
  • Moderna
  • Oxford/AstraZeneca
  • Janssen (Johnson & Johnson)

Relação AstraZeneca/União Europeia

A União Europeia enfrentou, no início de 2021, problemas com atrasos na entrega de doses das vacinas produzidas pela AstraZeneca. A situação gerou desconforto entre os países do bloco e a farmacêutica britânica.

A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, pediu por transparência nas exportações do imunizante e chegou a dizer que o cronograma de entregas – com atrasos – era inaceitável. A empresa alegou problemas de produção e restrições de exportação.

O laboratório disse que as entregas para países europeus da vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford seriam menores do que o esperado, devido a uma "queda de desempenho" em uma das fábricas.

O bloco europeu acusa o Reino Unido de dificultar as exportações de vacinas depois da instauração do Brexit e chegou a ameaçar o país com a proibição do envio de vacinas da Pfizer produzidas no continente.

No início de março, o governo italiano bloqueou a exportação para a Austrália de uma remessa de 250 mil doses da vacina da AstraZeneca produzidas localmente.

O país foi o primeiro a usar os novos regulamentos do bloco, permitindo que as exportações sejam interrompidas se a empresa fornecedora das vacinas não cumprir as obrigações assumidas localmente.

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