O discurso de posse do novo chanceler Carlos Alberto França resgata a tradicional diplomacia brasileira e realinha a política externa como deve ser. Ele salientou a necessidade da cooperação internacional para as três urgências que temos atualmente: a pandemia, a economia e a mudança climática. Parece óbvio. Mas hoje, no ponto em que chegamos no Brasil, a obviedade é um ótimo sinal. Ao entrar no cargo, Ernesto Araújo, o antigo chanceler, fez um discurso cheio de maluquices, como se estivesse inaugurando o Itamaraty, e a grande luta dele seria contra um tal “globalismo".
Na coluna de hoje: Orçamento é nó também político
Também em sua apresentação, França disse ainda que o diálogo é essencial na resposta de todas estas urgências. Afirmou que todas as embaixadas vão mapear e buscar as vacinas disponíveis. Na gestão antiga, os embaixadores não eram instruídos a fazer acordos de colaboração. Araújo estava "de mal" com o embaixador da China. É o anti-diplomata. Outra afirmação dele que faz parte do cotidiano do diplomata é que o Itamaraty será construtor de pontes. Excelente. Isso também é o natural. Só que Ernesto Araújo destruía pontes.
França disse ainda que é preciso dizer ao mundo que o país tem uma matriz sustentável e um código ambiental moderno. Só que o Brasil nesse momento está destruindo o meio ambiente, e aumentando o desmatamento. Não adianta dizer que fizermos certo no passado, é preciso saber como corrigir o presente.