Publicidade

Nossos Parceiros

Baixou o tom

Bia Kicis recua e deleta post sobre PM morto na Bahia após críticas: 'Vamos esperar as investigações'

Deputada federal Bia Kicis (PSL-DF)

Julia Noia

Diante da repercussão negativa de sua publicação no Twitter sobre a morte de um policial militar na Bahia, a deputada federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), Bia Kicis (PSL-DF), voltou atrás e deletou nesta segunda-feira a postagem em que chamava o militar que sofreu um surto psicótico de "herói" . No post, a parlamentar associava o caso às medidas determinadas pelo governador da Bahia Rui Costa contra a Covid-19 e dizia que "chega de cumprir ordens ilegais".

A deputada foi duramente criticada por colegas da Casa, organizações de direitos humanos e perfis de grande relevância nas redes sociais e decidiu baixar o tom. Em outro comentário, a parlamentar afirmou que, após se comover pelo post, reconheceu que deveria removê-lo para “aguardarmos as investigações” e afirmou respeitar a hierarquia da Polícia Militar.

O vice-presidente da Câmara, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), reforçou que a posição de Bia Kicis no Congresso "não nos permite incitar o cometimento de crimes", em especial no caso da parlamentar, que preside a CCJ, a comissão mais importante da Casa. Ele sublinha, ainda, que o estímulo a motins por parlamentares é "algo muito grave".

O deputado federal e líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), reforça que, apesar de deletar a publicação, não anula “o crime contra a Constituição praticado por ela”, fazendo referência à tentativa de incitar motim de policiais militares. O parlamentar Fábio Trad (PSD-MS) afirmou que foi mais um erro de Kicis, que agora ocupa um dos cargos mais importantes da Casa: a presidência da CCJ.

O petista Fernando Haddad também foi às redes para criticar a posição da deputada, que avalia ser um “crime tão grave” quanto o cometido pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso em fevereiro por atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais e pedir a volta do AI-5, instrumento mais repressor da ditadura militar. Já o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi categórico ao afirmar que o Brasil virou um “hospício” e que não se pode “esperar nada de uma pessoa desequilibrada”.

 

A repercussão rompeu a bolha da política e perfis voltados para a defesa de direitos humanos e famosos também se posicionaram. Em resposta à nova publicação de Kicis, a conta Quebrando o Tabu comentou que “isso não é postura de deputado nenhum, quanto mais da presidente da CCJ” e pediu a análise da cassação do mandato da parlamentar.

Os comediantes Gregório Duvivier e Paulinho Serra também criticaram a postura de Bia Kicis, interpretada como “irresponsável” por Serra. Na publicação do apresentador do GregNews, há o vídeo do momento em que o PM Wesley Góes abre fogo contra seus colegas e, na legenda, ele comenta que a mensagem da deputada é um “incentivo ao terrorismo doméstico”.

Leia também