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Ministério da Saúde diz que Butantan aguarda nova remessa de matéria-prima da vacina e cronograma de abril pode atrasar

Segundo coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana, governo paulista não confirmou o total previsto; Butantan nega atraso e diz que mantém prazos do contrato
Total previsto em cronograma é de 15,7 milhões de doses da CoronaVac em abril Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Total previsto em cronograma é de 15,7 milhões de doses da CoronaVac em abril Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

BRASÍLIA E SÃO PAULO — O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira que só estão garantidas, até agora, 4,5 milhões de doses da vacina CoronaVac em abril. O total previsto em cronograma da pasta é de 15,7 milhões para o mês. Isso porque o Instituto Butantan avisou ao governo que depende ainda da chegada do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), que é o ingrediente principal importado para a produção do imunizante, para assegurar as demais doses. Assim que a matéria-prima for obtida, o planejamento pode se confirmar.

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O Instituto Butantan negou que haja atraso no cronograma e informou, nesta terça-feira (30), que pretende entregar, até 30 de abril, todas as 46 milhões de doses vendidas ao Ministério da Saúde em janeiro. Pelas contas do Instituto, somando as doses de CoronaVac já entregues com aquelas que já tem Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) chega-se a 44 milhões de vacinas. Falta importar da China, portanto, material suficiente para fazer mais dois milhões de doses nos próximos 10 a 15 dias. A partir da chegada do insumo, a fábrica leva, em média, 20 dias para transformá-lo em vacina

O montante de 4,5 milhões será entregue ainda na primeira quinzena de abril, segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana. Ela afirmou, a secretários estaduais e municipais de Saúde, que representantes do Butantan não deram, em reunião com a pasta nesta terça-feira, uma previsão sobre a segunda quinzena do mês que vem.

— A nossa expectativa é que seria um quantitativo maior. Mas nesse alinhamento com o Butantan, hoje pela manhã, (ficou definido que) serão 4,5 milhões de doses para a primeira quinzena (de abril).

De acordo com o Butantan, do pacote de 46 milhões de vacinas, foram entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI), até esta terça-feira (30), 32,8 milhões de doses de CoronaVac. Com a matéria-prima que já está na fábrica do instituto em São Paulo e o que está previsto para chegar da China na semana que vem, o laboratório pretende fazer mais 11,2 milhões de antígenos, somando 44 milhões de doses.

Em nota, o instituto informou, ainda, que "trabalha para viabilizar outras 54 milhões de doses até agosto, totalizando 100 milhões de vacinas". Esse segundo carregamento faz parte de outro contrato com o Ministério da Saúde.

Ao falar da redução da CoronaVac ante o esperado, Francieli apresentou também a previsão de 20,9 milhões de doses da AstraZeneca/Fiocruz para abril, incluindo também o dia 1º de maio. Neste caso também, há uma pequena redução em relação ao cronograma divulgado pelo Ministério da Saúde no último dia 23, que apontava 23,1 milhões de doses. Mas, sobre esse imunizante, Fontana não fez comentários em relação a uma possível diminuição no montante esperado.

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Somando as doses esperadas de AstraZeneca/Fiocruz (20,9 milhões) e CoronaVac (4,5 milhões), as duas únicas já usadas no país, o total é de 25,4 milhões de doses previstas entre o início de abril e 1º de maio. Com esse montante, será possível bater a meta estipulada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de um milhão de vacinados por dia, considerando os dias não úteis em que eventualmente os postos de vacinação não funcionam.

Secretários de Saúde afirmam que o país é capaz de vacinar 2,5 milhões de pessoas por dia. Para isso, basta haver vacinas. No cronograma do Ministério da Saúde, ainda há outros imunizantes previstos para abril, como Covaxin e Sputnik, que ainda não têm aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No caso da Covaxin, a Anvisa inclusive negou o certificado de boas práticas ao laboratório indiano que fabrica o imunizante, nesta terça-feira .