Vacina

Por Raquel Porto Alegre, GloboNews — Brasília


Segunda dose da vacina está atrasada para 1,5 milhão de brasileiros, diz Ministério da Saúde

Segunda dose da vacina está atrasada para 1,5 milhão de brasileiros, diz Ministério da Saúde

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato, informou nesta terça-feira (13) que 1,5 milhão de brasileiros já poderiam ter tomado a segunda dose da vacina contra a Covid-19, mas ainda não receberam o imunizante.

Ela deu a informação durante café da manhã com jornalistas do qual participou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Até o momento, duas vacinas são aplicadas no país: a da farmacêutica AstraZeneca (desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford), e a CoronaVac (desenvolvida pelo laboratório Sinovac com o Butantan).

Para a vacina da AstraZeneca, a maior eficácia é alcançada quando o intervalo entre a primeira e a segunda doses é de três meses. Para a CoronaVac, o melhor resultado, de acordo com os estudos, ocorre quando a segunda dose é aplicada em um intervalo de 21 a 28 dias.

De acordo com especialistas, a segunda dose é essencial não apenas para proteção individual. Quanto mais pessoas estiverem imunizadas, maior é a barreira criada na comunidade inteira, diminuindo as possibilidades de alguém se infectar.

No vídeo abaixo, o microbiologista Atila Iamarino explica por que todo mundo tem que tomar as duas doses. Assista:

Por que são necessárias 2 doses da vacina contra Covid; entenda

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Francieli Fantinato afirmou que o ministério vai emitir uma lista por estado com as pessoas que ainda não tomaram a segunda dose.

Disse também que esse trabalho de complementar o "esquema vacinal" será feito em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

A orientação do ministério é que todos que estejam aptos, mas ainda não tomaram a segunda dose compareçam a um posto de vacinação para completar a imunização.

Balanço da vacinação contra Covid-19, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo consórcio de veículos de imprensa com base em dados dos estados, aponta que 23.847.792 pessoas já receberam a primeira dose de vacina. O número representa 11,26% da população brasileira.

A segunda dose já foi aplicada em 7.391.544 pessoas (3,49% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal.

No total, 31.239.336 doses foram aplicadas em todo o país.

Secretaria para ações contra a Covid

O ministro Marcelo Queiroga disse durante o encontro com os jornalistas que o governo deve publicar uma medida provisória para criar uma secretaria específica para ações contra a Covid.

Segundo ele, a responsável pelo órgão deve ser Franciele Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização e técnica do Ministério da Saúde.

Transporte público

Ainda de acordo com o ministro, o governo avalia a publicação de um protocolo com orientações para uso do transporte público em todo o país.

O objetivo é evitar aglomerações e, consequentemente, o contágio dentro dos veículos.

Queiroga voltou a ressaltar a importância do uso de máscaras, como tem feito desde que assumiu o cargo. Nesse ponto, o posicionamento do ministro se difere da postura do presidente Jair Bolsonaro, que costuma comparecer em público sem máscara e não faz discurso em favor do uso do equipamento.

Ritmo da vacinação

O ministro Marcelo Queiroga afirmou que o Plano Nacional de Imunizações tem capacidade para vacinar até 2,4 milhões de brasileiros por dia.

Mas, segundo ele, o país ainda não tem vacinas suficientes para isso. O ministro afirmou que esse é um problema mundial. Segundo o secretário Executivo do ministério, Rodrigo Cruz, a previsão é de que no segundo semestre o Brasil tenha doses suficientes para vacinar com mais velocidade a população.

Para tentar acelerar a vacinação ainda neste semestre, Cruz afirmou que o ministério tenta negociar, com outros países mais avançados na vacinação, uma forma de trocar remessas.

Em vez de o país que já está mais adiantado receber novas remessas agora, esse montante seria enviado para o Brasil e, no segundo semestre, as doses que viriam para o Ministério da Saúde seriam direcionadas para os países parceiros, que cederam doses antecipadamente para o Brasil. O secretário não informou que países estariam fazendo parte dessa negociação.

O ministro afirmou também que segue negociando diretamente com fabricantes para tentar conseguir mais doses para o Brasil ainda este semestre, mas evitou dar detalhes das negociações que ele classificou de sensíveis.

Sobre atrasos na entrega do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) ao Instituto Butantã e à Fiocruz, o ministro afirmou que a matéria prima para a produção das vacinas já chegou e que apesar do atraso os dois fabricantes brasileiros garantiram que vão conseguir cumprir os compromissos firmados com o ministério da Saúde, sem citar números.

O secretário-executivo Rodrigo Cruz afirmou ainda que está intensificando o diálogo com países fabricantes de IFA para regularizar e até antecipar a entrega do insumo.

Iniciativa privada

Sobre a possibilidade de a iniciativa privada comprar vacinas, como vem sendo discutido no Congresso, o ministro afirmou que o problema não é fazer a compra e sim ter vacina disponível para comprar.

Ele afirmou que, se o Congresso aprovar a lei, não se trata de furar fila. “Se é lei, não é furar fila”, disse Queiroga.

Abril: 30 milhões de doses

Queiroga voltou a afirmar que para o mês de abril estão garantidas 30 milhões de doses de vacinas. Mas não informou qual vai ser o montante distribuído para os estados, municípios e o Distrito Federal nesta semana.

O ministro não falou em desabastecimento. E disse que a orientação, conforme o último informe técnico do ministério da Saúde, segue sendo utilizar todas as vacinas para a aplicação da primeira dose.

Testes estocados

Sobre os testes que estão em estoque e prestes a vencer (valem até 31/05/21), o secretário-executivo Rodrigo Cruz afirmou que o ministério vai atender à orientação do Tribunal de Contas da União, mas não explicou como nem quando vai ser feita a distribuição desses testes.

Formação de médicos

O ministro terminou o encontro anunciando que o ministério da Saúde vai ofertar 300 vagas para a formação de médicos intensivistas, já que nesse momento, além de carência de medicamentos, leitos e vacina, há ainda uma carência de profissionais de saúde habilitados para atuar nas unidades de terapia intensiva de todo país

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