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Estatística

O Censo é indispensável e a decisão do STF chega na hora certa

Censo do IBGE

 A ação do governador Flavio Dino que gerou a liminar do ministro Marco Aurélio determinando “a adoção de medidas voltadas à realização do Censo” chega na hora certa, porque, pelo visto, o governo não quer realizar a pesquisa nem no ano que vem. Todo censo começa antes, com as medidas preparatórias, a seleção e o treino dos pesquisadores, mas a verba foi tão cortada que sequer para as despesas prévias há orçamento suficiente no IBGE.

Nesse momento, o Censo é mais importante e vai exigir mais investimentos e não menos. O país está politraumatizado por uma pandemia, as desigualdades sociais aumentaram, precisamos saber o retrato do país o mais atualizado possível para construir políticas públicas eficientes. Para realizar o Censo será necessário vacinar os pesquisadores e cercá-los de medidas protetivas para a segurança deles e das famílias visitadas. Mas o governo vem cortando o orçamento da pesquisa desde 2019, antes da pandemia. O que este governo já mostrou é que não gosta de estatística e briga com os números.

O Censo é a nave-mãe das estatísticas brasileiras e por isso precisa ser realizado. É um desafio fazer no meio de uma pandemia, mas isso pode ser enfrentado se o IBGE se cercar de um bom conselho de especialistas que agregue epidemiologistas, sanitaristas, especialistas em saúde além dos demógrafos e estatísticos. Não é fácil fazer, mas é indispensável para o país.

Por isso, a liminar de Marco Aurélio Mello fala em “adoção de medidas voltadas à realização do Censo”. Ou seja, o país precisa saber como fazer, como se preparar para realizar a pesquisa. E se os preparativos não começarem agora, nem no ano que vem teremos o Censo. 

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