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Meio ambiente

Governo aposta que discurso de Bolsonaro possa conter pressão por demissão de Salles

O ministro Ricardo Salles e o presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes sobre o Clima

A expectativa de integrantes do governo federal com o discurso de Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima vai além da atração de investimentos. O Palácio do Planalto espera que a fala mais ponderada do presidente ajude a diminuir as pressões pela saída do ministro Ricardo Salles. A avaliação de auxiliares do presidente é a de que o evento seria decisivo para selar o futuro de Salles no governo e o tom da fala ajuda a segurá-lo no posto.

Um dia antes da Cúpula do Clima, o ministro bateu boca com a cantora Anitta e ganhou um desagravo virtual dos colegas de Esplanada. Ministros relataram à coluna que decidiram fazer o movimento “#ficaSalles nas redes sociais porque ele estava sendo muito atacado e não poderia “chegar fraco à conferência”. Às vésperas do evento, artistas, governadores e empresários também se mobilizaram elaborando diferentes documentos que condenavam a política ambiental brasileira.

Desde que Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos, Salles tenta modelar o discurso radical e negacionista que adota há dois anos. O ministro também se aproximou da ala militar do governo, que no ano passado pressionou Bolsonaro por sua saída. No momento de maior crise, integrantes do governo tentaram fazer um movimento, com aval de Salles, para que ele mudasse de área no governo, mas essa frente não avançou. 

Bolsonaro não pretende demitir Salles e deixa isso claro. Há, no entanto, o receio de que a resistência ao seu nome inviabilize os interesses do governo, tornando sua permanência insustentável, como aconteceu com o ex-chanceler Ernesto Araújo. 

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