Saúde Vacina

Ministério da Saúde reduz em 14,5 milhões previsão de entregas de vacina conta a Covid-19 em maio

Em abril, número de imunizantes será 21 milhões menor que o previsto anteriormente; novo cronograma foi divulgado pela pasta neste sábado.
Foto mostra doses preparadas da vacina da AstraZeneca contra o a Covid-19 Foto: LENNART PREISS / AFP
Foto mostra doses preparadas da vacina da AstraZeneca contra o a Covid-19 Foto: LENNART PREISS / AFP

BRASÍLIA — Em mais uma frustração para o calendário de vacinação contra a Covid-19, o governo federal reduziu de forma significativa a previsão de distribuição de imunizantes em maio. O número de doses esperadas caiu de 46,9 milhões para 32,4 milhões. O Ministério da Saúde divulgou as novas previsões neste sábado.

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O novo cronograma confirma a frustração das entregas também em abril. No último dado divulgado, em 19 de março, a previsão era de que fossem distribuídas 47,3 milhões de doses no mês de abril. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já tinha admitido que o número seria bem menor e no novo cronograma a estimativa é de distribuição de apenas 26,6 milhões de doses neste mês.

Em maio, a maioria das doses que serão entregues ao Ministério virão da Fiocruz, que desenvolve um imunizante junto com a Astrazeneca e a Universidade de Oxford. Está prevista no cronograma a entrega de 21,5 milhões de doses. Constam ainda a previsão de 5,6 milhões de doses da CoronaVac, fruto da parceria do instituto Butantan com a Sinovac, 2,5 milhões de unidades da Pfizer e 2,8 milhões de doses por meio da iniciativa internacional Covax (sendo 2 milhões de doses do imunizante da Astrazeneca e 800 mil doses da Pfizer).

A versão anterior da estimativa para maio mostra que houve frustração das expectativas de entregas pela Fiocruz (sendo 5,3 milhões de doses envasadas pela instituição e outras 2 milhões importadas da Índia), pelo Butantan, 400 mil doses a menos, e pela Covax, da qual se esperava 3,3 milhões de doses a mais.

Foram retiradas ainda do cronograma a expectativa por doses de dois imunizantes que ainda não obtiveram aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A pasta contava receber no próximo mês 4 milhões de doses da Covaxin (cujo laboratório não obteve ainda nem a certificação de boas práticas da agência) e 2 milhões de unidades da Sputnik V (que ainda não obteve autorização de uso emergencial na Anvisa). No caso da Pfizer, não havia antes previsão de entregas em maio.

Em abril, a redução se deve a menos doses entregues, pelo Butantan, 10,5 milhões a menos que o esperado, pela Fiocruz (serão 20,4 milhões de unidades ante uma expectativa de 23,1 milhões) além das doses da Covaxin (8 milhões) e da Sputnik V (400 mil) que continuavam no cronograma mesmo sem aval da Anvisa. Em alguns casos, os laboratórios já tinham informado que não atingiriam as expectativas da pasta, como a Fiocruz, que tinha reduzido sua previsão para 18,8 milhões e, na verdade, acabará entregando um montante maior. ( Uma primeira versão deste texto informava de maneira equivocada que a Fiocruz tinha entregue apenas 5,2 milhões de doses em abril )

A pasta manteve no novo cronograma uma expectativa de aumentar as entregas de forma substancial a partir de junho. A previsão para este mês foi reduzida apenas de 56,5 milhões de unidades para 54,2 milhões. O Ministério estima que até o fim de 2020 obterá 562 milhões de doses ao todo.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou que mesmo diante da frustração de expectativas o Brasil está perto de atingir a meta de vacinar todos as pessoas com mais de 60 anos, um dos primeiros objetivos da campanha.

— Mesmo com possíveis contratempos decorrentes do atraso de entrega de doses, nós estamos muito próximos de atingir a meta de vacinar todos com mais de 60 anos, o que é uma excelente notícia. Isso mostra a capacidade do nosso Programa Nacional de Imunização (PNI) — afirmou o ministro.