Tecnologia

Por G1


Fatia, ou 'wafer', de semicondutores de 2 nanômetros fabricado pela IBM. — Foto: Divulgação/IBM

A IBM anunciou nesta quinta-feira (6) ter criado o primeiro processador baseado em processo de fabricação de 2 nanômetros.

O avanço significa incluir bilhões de transistores aos chips, o que pode gerar mais desempenho e menos consumo energético.

Um nanômetro é um bilionésimo de um metro. Na prática, isso significa que um chip do tamanho de uma unha poderia ter 50 bilhões de transistores.

A companhia afirma que esse projeto permite que os processadores sejam 45% mais velozes do que os chips baseados no processo de 7 nanômetros, presente em boa parte dos modelos recentes de smartphones e computadores.

O consumo de energia poderia cair em até 75%, segundo a empresa.

Quando chega?

A tecnologia ainda deve demorar anos para chegar ao mercado. A IBM já foi uma das grandes fabricantes de chips do mundo, mas atualmente terceiriza a produção em massa para outras empresas.

Close da fatia de semicondutores de 2 nanômetros fabricado pela IBM. — Foto: Divulgação/IBM

Será preciso fechar acordos de licenciamento e adaptar fábricas. Além disso, os chips de 3 nanômetros devem chegar ao mercado primeiro – o que está previsto para acontecer depois do 2º semestre de 2022.

Atualmente, os processadores mais avançados utilizam o processo de 5 nanômetros – e eles acabaram de chegar ao mercado: o processador M1 da Apple, presente nos novos computadores Mac e iPads, e o chip A14 Bionic, dos iPhones, utilizam essa tecnologia.

O que são transistores e por que eles importam?

O transistor atua como um interruptor elétrico que forma os dígitos binários que baseiam a computação moderna.

Um processo de fabricação de 2 nanômetros significa diminuir o tamanho desses interruptores.

Visão microscópica dos transistores da IBM. — Foto: Reprodução/IBM

Na prática, isso pode fazer com que os processadores sejam mais rápidos e consumam menos energia.

Porém, nem todos os transistores têm o mesmo desempenho – é possível que um chip de 10 nanômetros tenha capacidade similar a um de 7 nanômetros, por exemplo.

A tendência é que com transistores menores, haja um ganho em termos de potência porque eles podem fazer mais cálculos sem esquentar – o que geralmente limita o desempenho de um processador.

Além disso, com o tamanho físico reduzido, é possível incluir mais núcleos por chip.

Por outro lado, o tamanho reduzido pode gerar problemas com vazamentos de elétrons quando os interruptores deveriam estar desligados.

Darío Gil, vice-presidente sênior e diretor da IBM Research, disse à agência Reuters que os cientistas conseguiram criar uma cortina com material isolante com apenas alguns nanômetros de espessura para impedir esses vazamentos.

Onde vai ser usado?

A empresa disse que sua nova tecnologia pode ser utilizada em diversos segmentos.

Em datacenters, a IBM aponta que sua solução poderia reduzir o consumo de energia e contribuir para a redução das emissões de carbono, por exemplo.

A companhia disse ainda que o chip poderia aparecer em celulares, "quadruplicando" a autonomia de bateria, ou acelerando notebooks, entre outros dispositivos.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!