Cultura

Fãs prestam homenagem a Paulo Gustavo na porta de hospital no Rio

Ator estava internado com Covid-19 desde 13 de março
Cristiane Plistanoviski deixa flores para Paulo Gustavo na porta de hospital Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo
Cristiane Plistanoviski deixa flores para Paulo Gustavo na porta de hospital Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

Com lágrimas nos olhos na manhã desta quarta-feira, fãs de Paulo Gustavo lamentam a morte do ator e humorista , na porta do Hospital Copa Star, em Copacana, onde ele permaneceu internado ao longo de dois meses. O corpo será cremado em local e horário não foi divulgado pela família para evitar aglomerações.

Uma das fãs, de nome Stella, que não quis revelar o sobrenome, segue no local há três dias. Na manhã da última segunda-feira, ela foi ao hospital rezar pelo ídolo e seguiu fazendo isso até a noite de terça-feira, quando recebeu a notícia da morte próprio local.

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— Ele era a fonte da minha alegria. Eu acompanhava carreira dele há muitos anos. Até perdi a noção do tempo e não sei dizer direito desde quando estou aqui. Voltei algumas vezes para casa, mas logo retornava para cá — conta ela, moradora de Vargem Pequena, na Zona Oeste.

O estudante Antônio Teixeira, de 23 anos, foi a Copacabana nesta manhã colocar flores na porta do hospital.

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— Vim aqui prestar uma homenagem a todos os familiares e amigos dele. O que fica, neste momento difícil, é o sentimento de perda. Paulo Gustavo era alguém que alegrava todos nós. Quis vir aqui hoje prestar essa homenagem com flores.

Outra fã, que chorava com as mãos trêmulas, era a dona de casa Ângela Odenbreit, de 56 anos. Moradora do bairro Peixoto, em Copacabana, ela ia diariamente ao local, desde que Paulo Gustavo havia sido internado, para prestar preces ao artista.

Flores para Paulo Gustavo na porta de hospital Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo
Flores para Paulo Gustavo na porta de hospital Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

— Eu era apaixonada por ele, que era o único motivo para me fazer gargalhar nos últimos dias. Num dos últimos carnavais, encontrei com ele na Sapucaí e consegui dar um abraço nele e no marido. E aí falei: "Olha só, tenho dois filhos, mas a foto de capa do meu celular é você". Mostrei para ele o meu celular com a foto dele, e ele pegou os meus abraços e me abraçou mais. Na minha vida, ainda tem a coincidência de que um dos meus filhos nasceu no mesmo dia que ele, 30 de outubro -- conta ela, exibindo o celular com a foto do ídolo. — Todo dia parava aqui na porta desse hospital e pedia coisas boas para ele. Acho que nunca se morre totalmente quando se vive em alguém. Paulo Gustavo ainda vive em nós. Por isso, ele é um imortal. Se dependesse do amor que eu sinto por ele, que chamo de meninão, Paulo Gustavo certamente estaria vivo ainda.

Ângela Odenbreit mostra a foto que tirou com Paulo Gustavo na Sapucaí Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo
Ângela Odenbreit mostra a foto que tirou com Paulo Gustavo na Sapucaí Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

Cristiane Plistanoviski, que na última semana perdeu a mãe, vítima da Covid-19, também prestou homenagem ao ídolo na porta do hospital, deixando uma margarida no local.

— Essa notícia tão triste mostra que esse problema é de todos nós, de todas as famílias. A vida continua, e temos que ser fortes, da mesma forma que a família dele também precisa ser — ressaltou a fã, às lágrimas.

Ídolo de crianças

A pequena Mia Chequetti, de 8 anos, deixou um balão com um recadinho para Paulo Gustavo na porta do hospital, ao lado de uma flor. No cartão está escrito: "Paulo Gustavo, nós te amamos, fica com Deus, você vai deixar saudade".

— Sabemos de cor e salteado as falas de todos os filmes. Falamos todos os bordões. Ele é o nosso maior ídolo — diz Rackel Chequetti, mãe de Mia.