Camarotti: ‘Ernesto Araújo deu munição contra Pazuello, Bolsonaro e contra ele próprio'
A avaliação de integrantes do primeiro escalão do governo é que a situação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ficou insustentável depois que virou alvo da operação da Polícia Federal que investiga a exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa.
Segundo auxiliares próximos, um prolongamento da permanência dele no cargo criará um desgaste na imagem do próprio presidente Jair Bolsonaro, que sempre vendeu a imagem de combate à corrupção.
Apesar do desgaste de imagem, aliados do governo passaram a disseminar a tese de que o governo está sendo retaliado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com a operação da PF envolvendo Salles. Esse discurso é visto como uma solução para dar uma sobrevida ao ministro do Meio Ambiente.
Já havia uma pressão pela queda de Salles em outros momentos, inclusive quando o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva e ex-superintendente da PF no Amazonas apresentou notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro do Meio Ambiente.
Até aqui, Salles tinha o respaldo da chamada ala ideológica do governo liderada pela própria família presidencial. E sempre foi considerado um executor da política ambiental do governo.
“Agora, não é apenas um questionamento à política ambiental. É uma investigação de corrupção”, ressalta um auxiliar próximo de Bolsonaro.