Publicidade

O que a turbulência na Turquia ensina ao Brasil

Há poucas semanas era a Argentina. Agora, é a Turquia que sofre mais fortemente a fuga de capitais estrangeiros. Os países emergentes se revezam nessa posição de bola da vez do risco internacional desde que os EUA começaram a subir seus juros. A situação mostra que, quanto mais desarrumada a economia, maior a chance de contaminação. O caso turco é mais um alerta. As reformas que o Brasil insiste em não aprovar nos afastariam do olho do furacão. 

A Turquia deixou a inflação subir aos dois dígitos, tem um déficit em conta corrente que passa dos US$ 50 bilhões e vem gastando reservas, que recuaram 10% na comparação com o início de agosto de 2017, para US$ 80 bilhões. O roteiro da Argentina foi parecido. O caso turco, no entanto, ainda traz agravantes. Há uma disputa comercial com os EUA, que sobretaxaram o aço da Turquia como retaliação à repressão que o governo pratica contra opositores.

Mesmo não estando no centro da crise, o Brasil já sente os efeitos. Mais investidores têm buscado os títulos americanos, com juros maiores. O real subiu de R$ 3,70 para R$ 3,90 em uma semana. Há um ano, a cotação estava na casa dos R$ 3,10. O aumento repentino do dólar pode ter efeito na inflação por aqui. Mas também serve como aviso. É importante que o Brasil aprove as reformas e retome o equilíbrio das contas públicas. Cada caso como esse da Turquia é um novo alerta para o Brasil.

LEIA MAIS NO GLOBO

Crise na Turquia se arrasta e leva emergentes 

O temor de um contágio de bancos europeus

Leia também