Por G1


Manifestantes se ajoelham silenciosamente em Mineápolis, nos EUA, em homenagem a George Floyd nesta terça (25), 1 ano após sua morte — Foto: Christian Monterrosa/AP Photo

Os Estados Unidos registraram nesta terça-feira (25) homenagens a George Floyd, um homem negro morto sufocado por um policial em Mineápolis há exatamente um ano.

No local exato onde Floyd foi morto, manifestantes fizeram um momento de silêncio para lembrar os 9 minutos e 29 segundos que o ex-segurança teve o pescoço prensado pelo joelho do então policial Derek Chauvin. Demitido da corporação no ano passado, o assassino foi condenado em abril e agora aguarda a pena.

Memorial feito nesta terça (25) em homenagem a George Floyd, morto há exatamente um ano, no local do assassinato em Mineápolis. — Foto: Christian Monterrosa/AP Photo

EUA lembram 1 ano da morte de George Floyd

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O evento em Mineápolis teve participação do prefeito Jacob Frey e de familiares de Floyd. Uma das irmãs dele, Bridgett, discursou na homenagem:

"Tem sido um ano difícil, um ano muito longo. Mas conseguimos. Dizem que, com Deus, tudo é possível, e acredito nisso de verdade. O amor está transbordando demais hoje. O amor está aqui, George está aqui".

Pouco antes do início das homenagens, houve um tiroteio nas proximidades do local onde Floyd morreu. Uma pessoa ficou ferida. Não há provas, até o momento, de que os disparos tenham relação com o caso Floyd.

Prefeito de Nova York, Bill de Blasio (ao centro), ajoelha-se em homenagem a George Floyd nesta terça-feira (25) — Foto: Brendan McDermid/Reuters

O gesto silencioso foi repetido em Nova York, onde o prefeito Bill De Blasio e lideranças locais se ajoelharam em memória pela morte de Floyd. Também houve manifestações em Los Angeles e em outras partes do mundo, como a Alemanha.

Família Floyd vai à Casa Branca

Presidente e vice dos EUA, Joe Biden e Kamala Harris, se encontram com a família de George Floyd na Casa Branca nesta terça (25) — Foto: Casa Branca/Divulgação/Twitter

Nesta tarde, o presidente Joe Biden recebeu a família de George Floyd na Casa Branca, na capital Washington. Eles discutiram um projeto de reforma nas polícias dos EUA que tramita no Congresso e que tem apoio inclusive de parte do Partido Republicano.

"Para conseguirmos uma mudança real, devemos ter responsabilidade quando agentes da lei violam seus juramentos. Precisamos construir uma confiança duradoura entre a vasta maioria dos homens e mulheres que portam seus distintivos com honra e as comunidades que eles juraram servir e proteger", disse Biden.

Gianna Floyd, filha de George Floyd, passeia pela Casa Branca durante visita a Joe Biden nesta terça (25) — Foto: Evan Vucci/AP Photo

O atual presidente havia se aproximado da família Floyd já em meados de 2020, quando o então pré-candidato do Partido Democrata participou dos funerais. Biden comentou isso em nota divulgada nesta tarde.

"A família de Floyd mostrou uma coragem extraordinária, especialmente sua filha pequena Gianna, com quem eu me encontrei novamente hoje. Na véspera do funeral de seu pai um ano atrás, Jill [primeira-dama] e eu nos encontramos com a família e ela me disse: 'Papai mudou o mundo'". E ele mudou, relembrou o presidente.

Morte de George Floyd

5 fatos: entenda o caso Floyd

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George Floyd morreu em 25 de maio de 2020 após ter o pescoço pressionado pelo joelho do policial Derek Chauvin, em Mineápolis, por 9 minutos e 29 segundos. Relembre no VÍDEO acima.

A polícia estava no local porque o ex-segurança negro, com 46 anos, teria tentado pagar uma conta em uma mercearia com uma nota falsa de US$ 20. Imagens mostradas mostraram que Floyd não ofereceu resistência à abordagem dos agentes.

A violência policial contra um homem negro e pobre — mais um caso entre tantos — gerou uma série de protestos em Mineápolis que logo se espalharam para diversas partes dos Estados Unidos.

Durante semanas, ruas das maiores cidades americanas ficaram lotadas de manifestantes que protestavam contra o racismo, em uma mobilização que atravessou fronteiras e chegou a outros países.

Pessoas passeiam em local de homenagens a George Floyd, no ponto exato em Mineápolis (EUA) onde ele foi morto há um ano, nesta terça-feira (25) — Foto: Christian Monterrosa/AP Photo

O tema entrou na pauta das eleições presidenciais de 2020. O então candidato do Partido Democrata, Joe Biden, escolheu a senadora Kamala Harris, uma mulher negra e ex-procuradora, como candidata a vice-presidente. A chapa venceu o então presidente Donald Trump e se elegeu para o mandato que começou em janeiro.

Quatro policiais que participaram da ação que terminou em morte foram presos, mas a expectativa era maior justamente do julgamento de Chauvin, que era o homem flagrado com o joelho sobre o pescoço de Floyd. Os demais devem comparecer ao tribunal em agosto.

A defesa de Chauvin tentou argumentar, ao longo do processo, que Floyd morreu em decorrência do uso de drogas e que a manobra aplicada estava dentro dos padrões da polícia de Mineápolis. Entretanto, a versão foi rechaçada tanto por exames médicos quanto por depoimentos de chefes policiais e médicos legistas.

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