PEQUIM E NOVA YORK - A China determinou nesta segunda-feira que seus bancos domésticos e a plataforma de pagamento Alipay, do Ant Group (braço financeiro do Alibaba), não forneçam mais serviços ligados à negociação de moedas virtuais como o bitcoin, pressionando a indústria de criptomoedas mais uma vez.
O Banco Industrial e Comercial da China e o Banco Agrícola da China, bem como o Alipay, foram convocados para uma reunião com as autoridades do banco central, disse o Banco Popular da China em um comunicado.
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Segundo o governo chinês, o uso de criptomoedas nas transações "perturba a ordem financeira e também gera riscos de atividades criminosas, como transferências ilegais de ativos além das fronteiras e lavagem de dinheiro".
Com as medidas, o bitcoin despencou mais de 10% nesta segunda-feira nos mercados.
O preço do bitcoin caiu para US$ 32.309, a cotação mais baixa em 12 dias, depois de ter batido um recorde próximo de US$ 65 mil em abril passado.
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Fechamento de 26 minas
A mineração virtual na China alimenta quase 80% do comércio mundial de criptomoedas, apesar de haver uma proibição oficial desde 2017 de fazer comércio com elas no país e do encerramento dessa atividade em várias províncias.
Na semana passada, autoridades da província de Sichuan ordenaram o fechamento de 26 processos de mineração de bitcoins. A província é uma das maiores bases de mineração do país.
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"Fecharam tudo" nos últimos dias, disse um ex-minerador de criptomoedas à AFP.
Segundo o jornal estatal "Global Times", o fechamento das minas da província pôs fim a mais de 90% da capacidade de mineração de bitcoins do país.