Saúde Coronavírus

Taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil sobe para 1,13, maior índice desde março, diz Imperial College

No levantamento anterior, taxa já estava em alta, a 1,07; universidade britânica também projeta aumento nas mortes pela doença no país
Agente de saúde atende paciente com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ronaldo Gazolla, no Rio de Janeiro, em 18 de junho de 2021 Foto: PILAR OLIVARES / REUTERS
Agente de saúde atende paciente com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ronaldo Gazolla, no Rio de Janeiro, em 18 de junho de 2021 Foto: PILAR OLIVARES / REUTERS

RIO — A taxa de transmissão (Rt) da Covid-19 no Brasil segue em alta, subindo agora para 1,13, segundo levantamento do Imperial College de Londres, atualizado nesta terça-feira. É o maior índice desde março, quando a taxa chegou a 1,23, a mais alta registrada neste ano. Já o Rt mais baixo em 2021 foi de 0,91, identificado no levantamento da penúltima semana de maio .

Educação: Vacinação de profissionais da educação engrena, mas imunização completa ainda está longe

Quando a taxa de contágio está acima de 1, indica que a Covid-19 avança sem controle no país. O Rt brasileiro estava em 1,07 no relatório divulgado na semana passada, e em 0,99 no anterior . No momento, é o mais alto de toda a América do Sul.

O índice atual estimado pela universidade britânica significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 113. Dentro da margem de erro calculada pela universidade britânica, a taxa de transmissão pode variar de 1,0 a 1,16.

Leia mais: 'Vacina ainda não é passe livre, é como se estivéssemos de colete à prova de bala no meio de um tiroteio', diz cientista política

O Imperial College também projeta que o Brasil deve registrar 16.300 óbitos pela doença nesta semana, um aumento de 14% em relação à anterior, quando foram contabilizadas 14.264 mortes provocadas pelo coronavírus.

A taxa de transmissão é uma das principais referências para acompanhar a evolução epidêmica do Sars-CoV-2 no país. No entanto, especialistas costumam ponderar que é preciso acompanhá-la por um período prolongado de tempo para avaliar cenários e tendências, levando em conta o atraso nas notificações e o período de incubação do coronavírus, que chega a 14 dias.

Coronavírus: Estudo da Fiocruz-BA encontra número alto de assintomáticos com a cepa P1

Por ser uma média nacional, a taxa também não indica que a doença esteja avançando ou retrocedendo da mesma forma nas diversas cidades, estados e regiões do Brasil. Além disso, a universidade britânica pondera que a precisão das projeções varia de acordo com a qualidade da vigilância e dos relatórios de cada país.

Estatísticas nacionais apontam que o Brasil registrou, na segunda-feira, média móvel de 73.564 diagnósticos de Covid-19 positivos, um crescimento de 25% em comparação ao índice de 14 dias atrás, o que demonstra uma tendência de alta. Este é o pior aumento desde março, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa .

Além disso, pelo sexto dia seguido, a média móvel de mortes ficou acima de 2 mil. O Brasil ultrapassou, no sábado, a marca de 500 mil óbitos pelo coronavírus.

Covid-19: Primeiro lote com 1,5 milhão de vacinas da Janssen chega ao Brasil

Transmissão da Covid-19 pelo mundo

Segundo o levantamento do Imperial College, o mundo registrou, até segunda-feira, dia 22, mais de 178 milhões de casos de Covid-19, e ultrapassou os 3,8 milhões de óbitos.

As maiores taxas de transmissão da Covid-19 da semana estimadas pela universidade britânica foram no Afeganistão (Rt 1,51), Mianmar (Rt 1,46) e Mongólia (Rt 1,43).

Falta de vacinas: cinco capitais suspendem aplicação da primeira dose contra a Covid-19 nesta terça-feira

Na América do Sul, o maior índice estimado foi no Brasil, seguido pela Bolívia (Rt 1,10) e Venezuela (Rt 1,07).

Já as menores taxas de transmissão foram identificadas Espanha (Rt 0,38), Hungria (Rt 0,42) e Azerbaijão (Rt 0,47).