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Inflação alta e péssima condução da pandemia explicam aumento da desaprovação de Bolsonaro

Bolsonaro

A pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira mostra a rapidez da piora da avaliação do presidente entre fevereiro e junho: antes 39% e agora 50% consideram o governo ruim/péssimo. Há uma desaprovação de 66% de como o presidente conduz o país. E 68% não confiam no presidente.

Aprovação de Bolsonaro cai para 23% e reprovação chega a 50%, diz Ipec

A situação econômica é muito ruim. O número do PIB no primeiro trimestre foi melhor, mas a sensação de conforto econômico não aparece para a população. O desemprego está alto assim como a inflação. E a inflação é corrosiva à popularidade do presidente. Quando mais a inflação sobe, mais a popularidade cai. Isso em qualquer governo.

A pandemia traz um cenário inédito na avaliação da popularidade do presidente. E a situação está se agravando porque Bolsonaro está tendo seus erros expostos na CPI, deixando evidente a responsabilidade na má condução da crise.

Neste momento, o presidente tem conquistado vitórias no Congresso, em votações de projetos que ele apoia, mas esse quadro pode mudar. Há uma relação direta entre a aprovação do presidente e apoio dos parlamentares. Quando a desaprovação sobe muito, entra-se no ciclo de fuga dentro do presidencialismo de coalizão. Se este tipo de cenário se mantiver, pode chegar ao ponto em que haverá dispersão da base, queda do apoio da base parlamentar. Quando 68% não confiam no presidente, o apoio parlamentar tende a refletir isso em algum momento.

A equipe econômica não sabe fazer política social. O erro principal foi negar a pandemia. Gastaram muito e errado. Em depoimento na CPI, o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal, e Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, mostraram
claramente o desperdício de gastos do governo. E o pior: o desperdício de vidas.

Hallal fazia o EpiCovid, uma pesquisa excelente, que faria uma ampla testagem no país. A iniciativa foi suspensa e agora o governo quer fazer o mesmo programa pagando muito mais caro e atingindo um número menor de pessoas e muito mais tarde.



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