Covid 19: quais vacinas as grávidas podem tomar?
As secretaria de Saúde do estado RJ e da capital fluminense disseram nesta quinta-feira (8) que vão manter a mistura de doses de vacinas para gestantes, apesar de recomendação do Ministério da Saúde vetando a chamada vacinação cruzada - para grávidas e qualquer outro público.
Em junho, o estado do Rio orientou todos os municípios que vacinaram grávidas com AstraZeneca na 1ª dose a aplicar a Pfizer na 2ª.
Nesta quinta, a secretaria estadual afirmou que "vai manter a deliberação conjunta pactuada com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) sobre a vacinação cruzada em gestantes. A medida foi tomada após consulta ao grupo de apoio técnico de especialistas e epidemiologista da SES e do comitê científico da Prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, os estados têm autonomia para tomar suas decisões, após pactuação bipartite".
Foto de Arquivo: Vacinação no RJ — Foto: César Ferreira
O secretário Municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, diz que os municípios têm autonomia, que a recomendação do Ministéiro da Saúde demorou e que as cidades não poderiam esperar porque poderia ter muito mais grávidas morrendo.
"Se o munícipio do Rio e os outros estados não tivessem liberado essa vacinação, dezenas de grávidas sem comorbidades, e aqui no Rio a gente liberou também para lactantes e puérperas, muito mais grávidas teriam morrido e teriam internado gravemente com Covid. Não dava pra gente esperar mais de um mês para o Ministério tomar essa decisão", diz.
"O nosso comitê de enfrentamento à Covid, que foi acompanhado pelo comitê estadual do Rio, também tomou a decisão de permitir que o médico que está fazendo o pré-natal avalie com a gestante a possibilidade de ela fazer a intercambialidade de vacina e completar seu esquema vacinal com a vacina da Pfizer", acrescentou Soranz.
O que disse o Ministério
O ministro Marcelo Queiroga disse que a combinação de vacinas – receber a primeira dose de uma vacina seguida da segunda dose de outra – não está autorizada nem em gestantes, nem em nenhum público – e que os municípios não devem fazer a combinação por conta própria.
"Os secretários estaduais, municipais, têm autonomia, mas não para mudar o cerne do que foi discutido na política tripartite. Não pode ficar criando esquemas vacinais diferentes de maneira discricionária sem ouvir o Programa Nacional de Imunizações", disse Queiroga.
A combinação da primeira dose da AstraZeneca com a segunda dose da Pfizer em grávidas já havia sido autorizada em pelo menos dois estados: no Rio de Janeiro e no Ceará. No caso do Ceará, a autorização também foi estendida a puérperas.
Segundo o ministério, as vacinas de vetor viral – a da AstraZeneca e da Johnson – não deverão ser utilizadas em grávidas.
Na terça-feira (6), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia recomendado que grávidas não recebessem as vacinas de vetor viral.