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Brasil supera 550 mil mortes pela covid-19, com menos de 20% de vacinados

Carolina Marins, Anaís Motta e Amanda Rossi

Do VivaBem, em São Paulo

26/07/2021 20h02Atualizada em 26/07/2021 21h34

O Brasil ultrapassou hoje a marca de 550 mil mortes pela covid-19 com a taxa de vacinação ainda muito longe da ideal. A média móvel está abaixo de 1.200 há uma semana, mas ainda muito acima do pico da primeira onda da pandemia, em 2020.

Só nas últimas 24 horas, foram confirmadas 587 novas mortes no país, totalizando 550.586 desde o início da pandemia. Já o número de casos confirmados subiu para 19.706.704, com 21.088 diagnósticos positivos registrados de ontem para hoje. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, e foram obtidos junto às secretarias estaduais de saúde.

A marca de meio milhão de mortes foi atingida há 37 dias. As primeiras mortes pela covid-19 ocorreram no país há 16 meses, em março de 2020.

Ainda não dá para ver o fim da pandemia, porque nós ainda temos uma transmissão muito alta da covid-19 no Brasil. Também temos uma cepa nova circulando, já com transmissão sustentada no país. E a cobertura de vacinação ainda não alcançou uma proporção adequada e segura.
Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz

Ao mesmo tempo, o país tem baixas taxas de vacinação, com 45% de pessoas com ao menos uma dose da vacina e apenas 17% com as duas doses completas ou com a vacina da Janssen, de dose única. Muito aquém do ideal para se chegar à imunidade coletiva.

"Só vamos controlar a epidemia no Brasil quando tivermos de 70% a 80% da população vacinada. Este patamar de 20% não é eficaz para, eventualmente, se houver uma segunda onda, nós impedirmos", afirma Dalcolmo.

A média móvel de mortes dos últimos sete dias foi de 1.101, indicando uma tendência de estabilidade de -13% na comparação com 14 dias atrás. É bem abaixo do pico da segunda onda —mais de 3.000—, mas está acima do auge da primeira onda —1.097, alcançado em 25 de julho de 2020.

Média móvel 26/7 - UOL - UOL
Imagem: UOL

Embora esteja estável, esse índice está acima de mil há 187 dias. Durante a chamada primeira onda, a média ficou acima de mil por 31 dias.

A média móvel é o melhor indicador para analisar a pandemia, pois corrige as flutuações nos dados das secretarias de saúde que ocorre aos fins de semana e feriados. A média dos últimos sete dias é comparada com o mesmo índice de 14 dias atrás. Se ficar abaixo de -15%, indica tendência de queda, acima de 15% é aceleração e, entre esses dois valores, indica estabilidade.

Treze estados apresentaram tendência de queda, enquanto outros 9 e o Distrito Federal tiveram estabilidade. Acre, Pernambuco, Piauí e Goiás tiveram alta.

Das regiões, Centro-Oeste e Sudeste tiveram estabilidade de 14% e -2%, respectivamente. As demais tiveram queda: Nordeste (-27%), Norte (-18%) e Sul (-35%).

Média móvel nos estados 26/7 - UOL - UOL
Imagem: UOL

Veja a situação por estado e no Distrito Federal

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-7%)
  • Minas Gerais: estável (-12%)
  • Rio de Janeiro: estável (15%)
  • São Paulo: estável (-3%)

Região Norte

  • Acre: alta (80%)
  • Amazonas: estável (0%)
  • Amapá: estável (-13%)
  • Pará: estável (4%)
  • Rondônia: queda (-52%)
  • Roraima: queda (-41%)
  • Tocantins: queda (-35%)

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-20%)
  • Bahia: queda (-40%)
  • Ceará: queda (-51%)
  • Maranhão: queda (-28%)
  • Paraíba: queda (-34%)
  • Pernambuco: alta (35%)
  • Piauí: alta (17%)
  • Rio Grande do Norte: queda (-45%)
  • Sergipe: queda (-43%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (-11%)
  • Goiás: alta (37%)
  • Mato Grosso: estável (-1%)
  • Mato Grosso do Sul: estável (-3%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-45%)
  • Rio Grande do Sul: queda (-20%)
  • Santa Catarina: queda (-16%)

Brasil é 2º no mundo

As 550 mil mortes fazem do Brasil o segundo país com mais vítimas do coronavírus no mundo. Só está atrás dos Estados Unidos, onde pouco mais de 611 mil pessoas morreram até agora. Mas a distância está diminuindo: em fevereiro deste ano, os EUA chegaram a ter 260 mil mais mortes do que o Brasil —515 mil versus 255 mil.

A diferença não para de cair. Isso ocorre porque os números americanos estão diminuindo muito mais rápido que os do Brasil. Enquanto 2.141 pessoas morreram de covid-19 nos EUA na semana passada, no Brasil foram 8.117. Além disso, nos EUA, metade da população já está completamente vacinada contra a covid-19.

Já o terceiro e o quarto lugar em número de mortes por covid-19 estão bem atrás de Brasil e EUA. A Índia, na terceira posição, registra 420 mil mortes. O México, que aparece em seguida, tem 238 mil mortes.

O Brasil também é hoje o segundo país com mais mortes por dia, em média. São mais de 1.100 vítimas da covid-19 por dia, só atrás da Indonésia, com cerca de 1.300 mortes diárias.

"A epidemia continua, por mais que a gente tente de tudo para fazer que não. Sei que está todo mundo cansado, mas só vai acabar quando todos nós fizermos acabar", disse no Twitter Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19, que trabalha com dados da pandemia no Brasil.

(Com Agência Brasil)